O genocídio brasileiro


A Alemanha é um país intelectualizado. É berço de grandes pensadores da humanidade como Hegel, Marx, Nietzsche, Schopenhauer, Heidegger, escritores Thomas Mann, Heinrich Mann, Klaus Mann, Hermann Hesse e Günter Grass.
Só para se ter uma ideia, até a segunda guerra mundial em 1938, um terço de todos os agraciados com o prêmio Nobel eram alemães. Ainda hoje o território alemão abriga os maiores e mais complexos aglomerados científicos.
Os alemães são o povo que mais lê no mundo. A média segundo algumas pesquisas apontam que cada alemão lê no mínimo 12 livros por ano. Se comparar com o Brasil que não chega a 3 podemos ver a diferença.
Por resumo a Alemanha é exemplo de intectualização e cultura. Abriga um povo que se importa com o desenvolvimento do psíquico intelecto, buscando através disso uma compreensão melhor do mundo.
Foi da Alemanha que nasceu o maior genocídio da historia da humanidade. A segunda guerra mundial encabeçada pela Alemanha iniciada em 1939 foi o maior massacre da vida humana. Nunca foi morto tanta gente de maneira tão cruel e tão covarde como pelos agentes da SS de Hitler.
Hitler nem Alemão era. Se não fosse o idealizador da raça ariana que tanto pregava, talvez nem conseguisse ser classificado como tal, ou seja, um forasteiro conseguiu ludibriar o povo mais intelectualizado no mundo e a acreditarem num disparate gigantesco, transformando sua nação na maior máquina da morte de todos os tempos.
Veja que Hitler não impôs o seu governo. Muito pelo contrário, apesar de ter adversários e opiniões contrárias, conseguiu na maioria de seus atos ter o respaldo do povo alemão. Mas como e por quê?
Quando os Alemães viviam afugentados pelo fracasso da primeira guerra e eram esmagados pelo Tratado de Versalhes e o povo perecia nas ruas, Hitler deu uma nova luz de esperança. Até 1938 criou mais de 7 milhões de emprego só para ser ter uma ideia.
As propostas que levaram Hitler ao poder vieram de encontro aos anseios da Alemanha. Ele convenceu o povo com seus discursos, com suas propostas e com suas ações. Ele rogava pela liberdade da Alemanha, da opressão que lhe era imposta e o povo alemão entregou a sua alma ao demônio.
Se o povo mais intelectualizado do mundo foi seduzido, convencido e enganado ao ponto de respaldar a morte de milhões, imagine a sorte que é reservada a uma nação como o Brasil.
Que discernimento pode ter um povo para julgar as pretensões de um politico, quando se é mais importante o que se passa na novela do que no noticiário, onde livros servem como objetos de decoração e não de estudo, onde o povo deixa se seduzir por migalhas e vende seu voto.
Que instrumento para escolher pode ter um povo que é ludibriado com espetáculos para que esqueça a fome e a dor. Como pode esse ter força para resistir, se testemunha a morte de seus semelhantes nos corredores dos hospitais públicos e mesmo assim permanece acomodado, assistindo e fazendo de conta que não é consigo.
Como pode esse povo ter consciência da sua responsabilidade para com a nação, se não compreende a responsabilidade que tem para com os seus filhos. Um povo que considera carnaval evento cultural e teatro lixo. Que lota os bailes funks, mas esquece a apresentação dos filhos na escola.
Como podemos ficar tranquilo vivendo em uma nação onde os impostos são os mais caros, os pedágios os mais absurdos e as estradas as mais esburacadas.
Como podemos confiar em um povo onde o principal lema é o jeitinho, e nossos ídolos conclamam que copa não se faz com hospitais ou morrem de overdose por uso de drogas. Será que podemos confiar em um povo que reclama da crise, mas que fica de braços cruzados esperando ela passar?
O Brasil precisa aprender a dar importância para aquilo que importa, caso contrário continuará sendo autor do seu próprio genocídio.
Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 11/01/2014
Reeditado em 04/01/2015
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