Beterraba!
Me chamaram no portão,era dona Miriam,minha vizinha uma polaquinha idosa,muito querida,estava “abraçada” com alguma coisa embrulhada num pano de prato branquinho!
-D’jim dóbrrre(bom dia) vizin, tá ocubada?
-D’jim dóbrrre, Dona Miriam, não estou ocupada,que bom que veio me visitar,vamos entrar, está muito calor aqui fora.
-Eu fem ma não querrrr trabáia.
-Não atrapalha não. Entre ,vamos conversar, venha tomar um suco comigo.
Ao chegarmos na porta ela tirou os sapatos para entrar.
-Não precisa tirar os sapatos, pode ficar com eles.
-Nom, é mélho sim.
(aprendi mais uma)
Não discuti.Nos sentamos , conversamos um pouco, tomamos limonada,ela então desembrulhou cuidadosamente um vidro,dentro tinha alguma coisa de uma cor vermelho escuro, linda, ele ainda tinha rotulo de palmito.
-Fiz prá senhorrrra,é gonzerf di buratzani,ptirrabo(beterraba) prá cómi co carni.
(Me segurei para não rir,beterrabo!)
-Muito obrigada é muito linda,com certeza está muito gostosa.
-É poa,eu faz com fiinacro,gravu e súca.Tepois qui acapa eu qué o vitro.
-Que bom ,gosto de conserva meio doce,pode deixar depois devolvo o vidro.
-Doci fic diferrrrente da carni,igal kok(pão doce)prrrece schnecke(chineque) do alemon pra cómi co carni,a chenti gosta.
É verdade,os poloneses daqui costumam comer pão doce com churrasco, eles têm razão, o contraste do doce com o salgado é tudo de bom!
Destampei o vidro ,o cheiro era surpreendente uma mistura de azedo, doce com cheirinho apimentado de cravo.
Pra tentar retribuir a gentileza lhe ofereci um pedaço de torta de banana, delicadamente ela empurrou o prato.
-Prigado,ma discurba nom querrr , eo nom comi panana.
Imediatamente corri no armário e peguei umas bolachinhas de nata,ela comeu com vontade umas três, elogiou que estavam muito boas,(ainda bem que acertei!) tomou a limonada, se levantou para sair, justificou a pressa dizendo que tinha que lavar a roupa por que o sol estava forte e elas secariam logo .
Agradeci a gentileza e a levei até o portão, ao se despedir disse que eu devia experimentar o bolo de gengibre e mel,diz que vai me trazer um pedaço qualquer dia,até agora não sei como entendi que era bolo , e que era de gengibre.
Voltei para a cozinha ,não resiti,tirei do vidro uma fatia da beterraba para experimentar,era apimentada, doce azeda, sei lá mais o que,uma delicia!Imagino como deve ser o tal bolo,tomara que ela não se esqueça...
Abençoada Dona Miriam,por fazer aquela gostosura,mas acho que o vidro de conserva que ela trouxe é muito pequeno!
P.S.Gente mais um pouco vou acabar falando polonês...
M.H.P.M.
Me chamaram no portão,era dona Miriam,minha vizinha uma polaquinha idosa,muito querida,estava “abraçada” com alguma coisa embrulhada num pano de prato branquinho!
-D’jim dóbrrre(bom dia) vizin, tá ocubada?
-D’jim dóbrrre, Dona Miriam, não estou ocupada,que bom que veio me visitar,vamos entrar, está muito calor aqui fora.
-Eu fem ma não querrrr trabáia.
-Não atrapalha não. Entre ,vamos conversar, venha tomar um suco comigo.
Ao chegarmos na porta ela tirou os sapatos para entrar.
-Não precisa tirar os sapatos, pode ficar com eles.
-Nom, é mélho sim.
(aprendi mais uma)
Não discuti.Nos sentamos , conversamos um pouco, tomamos limonada,ela então desembrulhou cuidadosamente um vidro,dentro tinha alguma coisa de uma cor vermelho escuro, linda, ele ainda tinha rotulo de palmito.
-Fiz prá senhorrrra,é gonzerf di buratzani,ptirrabo(beterraba) prá cómi co carni.
(Me segurei para não rir,beterrabo!)
-Muito obrigada é muito linda,com certeza está muito gostosa.
-É poa,eu faz com fiinacro,gravu e súca.Tepois qui acapa eu qué o vitro.
-Que bom ,gosto de conserva meio doce,pode deixar depois devolvo o vidro.
-Doci fic diferrrrente da carni,igal kok(pão doce)prrrece schnecke(chineque) do alemon pra cómi co carni,a chenti gosta.
É verdade,os poloneses daqui costumam comer pão doce com churrasco, eles têm razão, o contraste do doce com o salgado é tudo de bom!
Destampei o vidro ,o cheiro era surpreendente uma mistura de azedo, doce com cheirinho apimentado de cravo.
Pra tentar retribuir a gentileza lhe ofereci um pedaço de torta de banana, delicadamente ela empurrou o prato.
-Prigado,ma discurba nom querrr , eo nom comi panana.
Imediatamente corri no armário e peguei umas bolachinhas de nata,ela comeu com vontade umas três, elogiou que estavam muito boas,(ainda bem que acertei!) tomou a limonada, se levantou para sair, justificou a pressa dizendo que tinha que lavar a roupa por que o sol estava forte e elas secariam logo .
Agradeci a gentileza e a levei até o portão, ao se despedir disse que eu devia experimentar o bolo de gengibre e mel,diz que vai me trazer um pedaço qualquer dia,até agora não sei como entendi que era bolo , e que era de gengibre.
Voltei para a cozinha ,não resiti,tirei do vidro uma fatia da beterraba para experimentar,era apimentada, doce azeda, sei lá mais o que,uma delicia!Imagino como deve ser o tal bolo,tomara que ela não se esqueça...
Abençoada Dona Miriam,por fazer aquela gostosura,mas acho que o vidro de conserva que ela trouxe é muito pequeno!
P.S.Gente mais um pouco vou acabar falando polonês...
M.H.P.M.