Salve a tecnologia



A chuva chegou rufando tambores,
Clareando a noite com raios cortantes.
Vieram granizos e vendaval
Os galhos das árvores,
Dançando em transe,
Quase iam ao chão

Na casa fechada,
Temores e preces.
Tensos olhares,
Espreitam o espetáculo
Pela vidraça da grande janela.

Alguém, prevenido, arruma as velas,
Lanterna e fósforos ao alcance das mãos.
Como previsto: energia se foi...
Na tarde que morre,
Ainda resta um brilho
Que aos pouco se vai...
E a noite apaga o que restava de luz.

Na falta do rádio, TV, telefone:
Prevalece o silêncio...
Resta somente:
Murmúrios e queixas
Do jovem da casa.

A velha senhora,
Que a tudo aprecia,
Aceita tranqüila
O tenso momento.

A chuva parou.
A luz não voltou.
Todos reclamam:
Querem o som e a luz da TV
- E a novela? .. Não podemos perder...

A velha senhora:
Aprecia o silêncio e espera tranqüila...
Se a luz não voltar.. nos resta dormir.

Enfim...Todos salvos:
O jovem ameniza o enfadonho momento
Ligando a TV do seu celular.
E todos em volta, do pequeno aparelho,
Assistem mais calmos, o capítulo do dia.
E a velha senhora, se junta aos demais.
Lisyt
Enviado por Lisyt em 22/01/2014
Reeditado em 26/01/2014
Código do texto: T4660180
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