Tem horas em que precisamos encarar nossa companhia, solidão é melhor do que estar em lugar onde nossa presença é incômoda.

Eu não sei fingir: se gosto amo, se não gosto detesto.

Na maioria das vezes, não as pessoas, mas as atitudes; sobretudo de falsidade.Por isso, pela primeira vez em 21 anos de casada, decidi não viajar com minha família.Casa da sogra que só me conheceu depois de casada com sua cria, e de cara, não se agradou do que viu.

Segundo fiquei sabendo, ela teria me achado "fresca", talvez

porque esperava alguém mais "caipira", mais tímida, do tipo que não reclama de nada.Eu não sou assim, sou alguém com uma dose

satisfatória de autoestima, razoavelmente articulada, e não olho para ninguém de cabeça baixa, a minha altura predileta é olho no olho.

Sou grossa, no sentido de que se eu tiver que disparar um "não gosto de você," disparo mesmo! Não me importo de ser impopular, se não gosta de mim, paciência! Tentei ser o mais cortês possível com esses novos parentes, mas parece que foi em vão.A senhora genitora do meu marido

sempre foi simpáticaZINHA, mas de verdade, a gente sabe quando é querida de fato, ou a pessoa está forçando a barra.Esse é o caso.

Sempre me tratou bem, em todas as vezes que cheguei em sua casa.

Mas eu farejo falsidade e me senti sempre incomodada de estar invadindo o espaço da dita senhora.Quando o marido decidiu ir dessa vez, eu disse: ficaremos em hotel? Talvez...

Então ok, talvez eu vá... Mas depois eu pensei: Não tenho que ir se eu não estiver a fim! assim dou-me a liberdade de não fingir simpatia e nem

ver simpatia fingida.Vi minha família indo embora, me despedi sem chorar

até ouvir o carro saindo, então bateu um vazio enorme.Mas faz parte da vida e talvez eu tenha que aprender a me desapegar um pouco das pessoas, ser menos carente... É muito complicado para mim essas coisas

porque sou emocionalmente tão grudada quanto uma criança.

E nessa vida que garantias há? Nunca se sabe... Então pedi a Deus que os guardasse na estrada e que voltem bem. Eu ficarei bem também.

A casa está silenciosa. Vou me cuidar direitinho... Mas fica estranho o clima.Espero me sair bem na tarefa de ser babá de mim mesma.

Quase 4h a.m e nada de eu dormir... fico muito desregrada sozinha: nada de almoço, jantar, nem hora de dormir. Fico uma criança rebelde.

Mas prometo não por fogo na casa, pelo menos isso. Estou até planejando um bota-fora, jogar no lixo um monte de tranqueiras que está só ocupando espaço e eu fico só prometendo me livrar delas.

Agora acho que vai... rsrsrs

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 24/01/2014
Reeditado em 25/01/2014
Código do texto: T4662446
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