Quem Quer Rejuvenescer?
Nunca fui preocupado ou obcecado com certos processos automáticos da vida, dentre eles envelhecimento e ganho de peso. No meu caso um tem insistido em acompanhar o outro. São como Cosme e Damião, Romeu e Julieta, Batman e Robin. Envelhecer trouxe-me facilidade em adquirir calorias e as calorias trouxeram-me uma forma mais harmônica, oval, aproximando-se da mais perfeita delas: o círculo.
Nos tempos idos em que me minha juventude era farta como a cabeleira, hoje irregular, com uma insistente clareira na parte superior, conferindo-me ares de monge beneditino sem batina, eu possuía um preparo físico impressionante. Sentia-me um poderoso cavalo árabe a correr pelas planícies áridas. Forte, jovem e destemido.
Completava 10 km de corridas com facilidade. Levantava pesos na academia. Executava flexões com um único braço. Não me preocupava com a beleza. As conquistas eram relativamente constantes e fáceis. Eu me encontrava, aos 25 anos, no auge da perfeita forma física. Um verdadeiro guerreiro espartano, com barriga de tanquinho e tudo. Hoje o abdome aproxima-se de um botijão de gás. Faço 5 km, alternando corrida e caminhada, pratico futebol pelo menos uma vez por semana e de vez em quando enfrento, com relutância, aparelhos de musculação.
Sinto uma maior facilidade em transformar pizza, sorvetes, lasanha e churrasco em “pneuzinhos”; o fôlego e a força não são mais os mesmos e as mulheres na faixa dos 25 me chamam de “tio”. Tudo bem, o tempo é cruel com todos. Os cabelos ou caem ou tornam-se brancos e as marcas do rosto aprofundam-se inapelavelmente.
Graças aos tratos de minha esposa e filhas alguns efeitos cosméticos lutam, bravamente, para deter o inevitável: a falência múltipla da juventude é questão de tempo. Não que eu me preocupe em demasia, mas as pessoas têm uma neurose quanto ao envelhecimento, o que hoje praticamente nivela homens e mulheres.
Surgem técnicas que prometem 5, 10, 15, 20 anos de rejuvenescimento. Estou pensando em utilizar a combinação de duas ou três e retornar para o útero. Enquanto isso vou acumulando aforismos como: “você tem a idade que acredita ter”. Não sei quem foi o infeliz autor, mas provavelmente ainda não chegou aos 40 quando emitiu essa preciosa pérola.
Sei que os mais jovens vão passar batidos por essa crônica. Qual é “véio”? “Véio”? A primeira vez que meu sobrinho me tratou assim achei que fosse uma ofensa. Depois entendi que quem não é muito velho ainda é “veio”. Coisas da modernidade. Essa língua viva que não se cansa de ser reinventada.
Não vou lutar contra certos efeitos da idade, embora saiba que, dependendo do seu fluxo financeiro, você poderá implantar dentes de cerâmica ou cabelos e esticar as faces até romper a pele. Decidi transformar-me em um belo e saudável grisalho – se sobrar algum cabelo na cabeça. Vou manter o peso por questões de saúde e curtir o melhor que cada fase da vida tem para oferecer. Posso não conseguir mais correr 90 minutos no futebol, empurrar 250 kg com as pernas, mas não troco a minha maturidade, a minha positiva experiência para voltar aos 20 anos de idade, a não ser que minha cabeça continue a ser a mesma de hoje. Certas conquistas valem a pena... e muito! Quem já possui alguns quilômetros rodados sabe do que eu estou falando. Viva a vida!
Nunca fui preocupado ou obcecado com certos processos automáticos da vida, dentre eles envelhecimento e ganho de peso. No meu caso um tem insistido em acompanhar o outro. São como Cosme e Damião, Romeu e Julieta, Batman e Robin. Envelhecer trouxe-me facilidade em adquirir calorias e as calorias trouxeram-me uma forma mais harmônica, oval, aproximando-se da mais perfeita delas: o círculo.
Nos tempos idos em que me minha juventude era farta como a cabeleira, hoje irregular, com uma insistente clareira na parte superior, conferindo-me ares de monge beneditino sem batina, eu possuía um preparo físico impressionante. Sentia-me um poderoso cavalo árabe a correr pelas planícies áridas. Forte, jovem e destemido.
Completava 10 km de corridas com facilidade. Levantava pesos na academia. Executava flexões com um único braço. Não me preocupava com a beleza. As conquistas eram relativamente constantes e fáceis. Eu me encontrava, aos 25 anos, no auge da perfeita forma física. Um verdadeiro guerreiro espartano, com barriga de tanquinho e tudo. Hoje o abdome aproxima-se de um botijão de gás. Faço 5 km, alternando corrida e caminhada, pratico futebol pelo menos uma vez por semana e de vez em quando enfrento, com relutância, aparelhos de musculação.
Sinto uma maior facilidade em transformar pizza, sorvetes, lasanha e churrasco em “pneuzinhos”; o fôlego e a força não são mais os mesmos e as mulheres na faixa dos 25 me chamam de “tio”. Tudo bem, o tempo é cruel com todos. Os cabelos ou caem ou tornam-se brancos e as marcas do rosto aprofundam-se inapelavelmente.
Graças aos tratos de minha esposa e filhas alguns efeitos cosméticos lutam, bravamente, para deter o inevitável: a falência múltipla da juventude é questão de tempo. Não que eu me preocupe em demasia, mas as pessoas têm uma neurose quanto ao envelhecimento, o que hoje praticamente nivela homens e mulheres.
Surgem técnicas que prometem 5, 10, 15, 20 anos de rejuvenescimento. Estou pensando em utilizar a combinação de duas ou três e retornar para o útero. Enquanto isso vou acumulando aforismos como: “você tem a idade que acredita ter”. Não sei quem foi o infeliz autor, mas provavelmente ainda não chegou aos 40 quando emitiu essa preciosa pérola.
Sei que os mais jovens vão passar batidos por essa crônica. Qual é “véio”? “Véio”? A primeira vez que meu sobrinho me tratou assim achei que fosse uma ofensa. Depois entendi que quem não é muito velho ainda é “veio”. Coisas da modernidade. Essa língua viva que não se cansa de ser reinventada.
Não vou lutar contra certos efeitos da idade, embora saiba que, dependendo do seu fluxo financeiro, você poderá implantar dentes de cerâmica ou cabelos e esticar as faces até romper a pele. Decidi transformar-me em um belo e saudável grisalho – se sobrar algum cabelo na cabeça. Vou manter o peso por questões de saúde e curtir o melhor que cada fase da vida tem para oferecer. Posso não conseguir mais correr 90 minutos no futebol, empurrar 250 kg com as pernas, mas não troco a minha maturidade, a minha positiva experiência para voltar aos 20 anos de idade, a não ser que minha cabeça continue a ser a mesma de hoje. Certas conquistas valem a pena... e muito! Quem já possui alguns quilômetros rodados sabe do que eu estou falando. Viva a vida!