Estou decepcionado e motivado


Alguém já tentou escrever um livro de ficção? Ou seja, inventar da própria mente uma historia, buscando personagens e cenários dentro de um enredo, fazendo com isso se torne uma historia? Eu já tentei. Já escrevi inclusive, A Torre, meu primeiro romance, escrevi em poucas horas e conclui em uma semana.
Estou envolvido na escrita de outras historias, que pretendo lançar em breve, e que esta tendo um trabalho bem mais demorado.
Já escrevi também dois livros de poesias - O primeiro Suspiro de um Poeta Insano, e O amar e o Pensar do Poeta Insano. Os dois juntos reúnem cerce de 200 poemas, que desprenderam horas escrevendo.
Não escrevo em busca de dinheiro, mas não o refuto, não estou em busca de reconhecimento, mas também não desprezo, por isso estou extremamente decepcionado com minha "pseudo" carreira de escritor.
Não que não tenha colhido bons frutos desta função, como ver meu texto na revista Sul Bandas, minha biografia e noticia publicada em vários sites do país, ou ter o conto "A Loira da Portaria" publicada no blog do David Coimbra, que eu admiro muito. Também posso esquecer a forma como fui recebido pelos alunos da Escola Rocha Pombo de Crissiumal ou as palavras de incentivo que recebi da professora Roseli Viana, ou o afago ao ego de ter vendido uma quantia considerável de livros no eixo Rio-São Paulo, mesmo escrevendo de maneira independente.
Mas o que esta me decepcionando de verdade, é o fato de que na minha cidade, em Redentora, lugar onde nasci e me criei e de onde jamais me desliguei mesmo nos períodos em que vivi em outros lugares, eu vendi, a incrível marca de um livro. Ou seja a cidade que muitas vezes se torna cenário de meus contos, de onde tirei inspiração para escrever vários de meus poemas, eu vendi a bagatela de um único livro. Obrigado Amarilis da Costa que comprou este único livro.
Que animo posso ter em seguir escrevendo se sou chamado para palestrar em escolas de fora e jamais fui chamado a uma das escolas que estudei. Se vendo livro em cidades onde nunca estive, recebendo e-mails e mimos me parabenizando e não vendo na minha cidade, onde supostamente estão os meus conterrâneos.
Estou decepcionado com isso. Não que eu vá parar de escrever, mas não vou mais me preocupar em escrever para as pessoas daqui e vou me preocupar mais com os cariocas e paulistas que afinal de contas parecem ser o meu público.
Infelizmente aquela velha premissa de que santo de casa não faz milagre é verdadeira para mim, e isso me motiva, porque quem não é visto não é lembrado e quem não é lembrado tem mais chances de surpreender no final.
Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 04/02/2014
Reeditado em 04/01/2015
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