UMA LIÇÃO DE VIDA

Eu mudei o título desta crônica, porque não estava chamativo. Como me parece ser uma lição de vida, gostaria que mais pessoas a lessem.

Desculpe-me

Havia um senhor, bem idoso. Ele tinha sido um grande na política local. Não era uma pessoa bem quista, mas por algum motivo da política, ele foi eleito. Ele era rico para os padrões de cidade pequena. Este senhor caiu doente. Ficava deitado quase o tempo todo. Só levantava com a ajuda dos parentes para ir ao banheiro. Com o tempo teve que ser carregado nos braços. Ele tinha um grande problema. Quase ninguém na cidade o visitava. Soubemos através de conversa, que ele lamentava, com os poucos amigos que lhe restou::

- Fui político, tive muito dinheiro e não ajudei a quase ninguém, por isso não recebo muitas visitas.. Eu me arrependo tanto do que fiz. Se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente.

Quando às vezes, pessoas sentam para conversar e o assunto é ele, todos têm uma mágua pessoal de alguma coisa de ruím que ele fez. Ele só pensava em levar vantagem em tudo que fazia. Os meios justificavam o fim. O dinheiro. Nem precisa dizer que era agiota.

Dizem que quando ele morreu muita gente foi ao velório e ao enterro, não para dar os pêsames aos familiares. Mas para confirmar se ele tinha morrido mesmo e ver se foi bem enterrado.

Ele não foi um amigo, mas sua morte, seu desespero pelo desprezo que o povo o tratou na sua doença, faz-me agir de uma maneira cautelosa nos meus atos.

De que vale tato egoísmo, tanta ganância, com dinheiro, poder político, posição social se na hora H o que mais queremos é ser lembrado, não como Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá, Ghandi, Jesus Cristo, Martin Luter King, Nelson Mandela, dentre muitos mártires universais. Mas pelo menos ser , tratado, com carinho, atenção e respeito. Quando se está doente, como é bom um chazinho, uma comida feita com amor, o remédio na boca na hora certa.

O que passou este senhor é um espelho para mim e espero que seja para quem lê este texto. Nós erramos. Afinal somos humanos. Mas, podemos arrepender, pedir desculpas e tentar não errar de novo. Embora muita vezes apareçam situações novas e não sabemos como enfrentar e por falta de experiência erramos. Temos que ter cuidado para que estes erros não machuquem ninguém: fisicamente ou psicologicamente, com atos ou palavras. Eu li não me lembro onde “Toda amizade após uma desavença, por pequena que seja, não mais será a mesma”.

Esta pequena história me veio à mente, não para difamar alguém, mas para alertar. Não podemos ser felizes, fazendo alguém infeliz. Nós estamos neste mundo para sermos felizes e não para espalhar infelicidades.

(Esta crônica é baseada em um caso real). O personagem era um parente meu. Eu passava em frente a casa dele e pelo que ele fez ao meu pai, já falecido,o coração pedia mas, infelizmente não conseguia entrar para fazer uma visita.

reinaldo.s.barreto@hotmail.com