FALTA DE AMOR MATA


Na segunda-feira, dia 10 de janeiro, tive um dia de muita agitação, carregado de estresse e problemas que tive que solucionar, estava muito preocupado. Mas, no final do dia fui a uma lanchonete comer e tomar alguma coisa. Na volta passei em frente a um bilhar, um senhor falava alto e sorria, senti que estava muito contente, eufórico, alegre. Ele meu conhecido de longa data, quase vizinho, fui professor de um dos seus filhos, conhecia sua história. Pensei comigo.......porque não tenho uma vida como a desse homem, jogando, bebericando, sem grandes preocupações com o que há de vir? Ontem, bem cedo o sino da Igreja Luterana ao lado da minha casa, tocou batidas longas e espaçadas, era sinal que alguém da comunidade tinha falecido. Logo que saí para o trabalho encontrei o Pastor da Igreja, por sinal meu grande amigo e conselheiro, perguntei quem tinha falecido? Era o senhor sorridente que jogava bilhar no dia anterior. Chegou em sua casa e suicidou-se, por enforcamento. Não sei afirmar que fatos o levaram a tomar tal atitude capital, mas tenho alguma vivencia no assunto.Tal acontecimento me trouxe muitas reflexões e lembranças, pois perdi minha mãe da mesma forma. Um destes pensamentos é que não conhecemos o que se passa na cabeça de cada ser, cada sentimento ou frustração, alegria ou tristeza. Outro pensamento, foi como aquele homem me chamou atenção por seu estado de euforia intensa, como o ser humano mascara seus sentimento e tenta achar uma forma de se proteger de suas fragilidades. Quantos de nós já tivemos esta atitude, de nos blindar de nossas emoções, sentimos algo, mas demonstramos estarmos vivendo totalmente o contrário, quem sabe se ele falasse pra alguém o que realmente, sentia? Quais aflições estavam passando por sua mente ? Talvez estaria vivo aqui entre nós. Estes questionamentos me faço já tem quase 14 anos. Só quem perde um ente querido desta forma sabe o que estou falando. Muitos dizem, faltou um tratamento médico, o remédio certo, faltou fé e religiosidade. Pois, em muitos casos que perdemos pessoas para a depressão, o que realmente falta é amor. Amor próprio, amor dos que nos cercam, compreensão do momento que estamos passando, que estamos doentes, mas que não precisamos só de remédios de farmácia. Já dizia a música dos Titãs:”... agente não quer só comida”. Assim, volto a afirmar quantos casos veremos acontecer neste mundo moderno e de egoísmo ao extremo? Falta de amor também mata.

Dego Bitencourt
Enviado por Dego Bitencourt em 12/02/2014
Reeditado em 29/09/2022
Código do texto: T4687851
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