Noturno

Quando caí à noite e eu estou na companhia de meus livros e minha música, exatamente nessa hora, me vem a cabeça, os amores, as lembranças e mais.

Ninguém morre, tudo virá lembrança na cabeça de quem ficou, na verdade a morte é só a ausência do corpo, somente isso. Dos amores que tive, e foram muitos, pois sempre eu tinha um amor a cada esquina, a cada quarteirão, cada vila, onde estivesse só, ou acompanhado, eu tinha um amor. O mais incrível, é que tudo que passamos fica na memória, as coisas mais importantes da vida, as que marcam, cicatrizes, dores. Conviver com as lembranças é bom, o pior é quando não temos como abraçá-las, chega uma hora em que a mente saí de si, e então o perfume nos envolve, a boca, o beijo, e saímos do corpo como espíritos e vamos em direção desses encontros, mas, voltamos, infelizmente voltamos.

Vai ficando mais tarde, e as coisas começar a tomar proporções maiores, já escrevo, e procuro escrever o que me vem, e o que me vem é você. Você ainda não se foi desse mundo, mas em meu mundo eu te perdi, erro meu, é que sou humano e não ser perfeito igual aos meus amigos. Como eu queria que você entrasse por essa porta, exatamente agora, eu seria a pessoa mais feliz do mundo! É que quando se ama, se sente essas coisas, é difícil de explicar, a aurora já acorda, é hora de retornar à vida. Trabalhar, ocupar-me, refeições, corro em tudo que faço para que mais tarde eu possa ver-te, ver-te em meus sonhos, em meus delírios, em minha falta de coragem.

Arthur Montenegro
Enviado por Arthur Montenegro em 17/02/2014
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