O grito de dor que ninguém ouve

Para algumas pessoas, comer carne é a melhor maneira de matar a fome. Seja assada, cozida, frita e, em alguns casos, até mesmo crua. Nada melhor que um churrasquinho com os amigos no final de semana. Junta-se uma turma, tempera-se alguns quilos de carne e aí é só acender a churrasqueira.

Ali ninguém se lembra dos problemas corriqueiros do dia-a-dia. O tempo passa e chega o final do encontro. Depois de tanta comilança, é bom se deitar um pouco para fazer o “quilo”. Sem entender, algumas pessoas sentem-se mal. O estômago fica pesado e a azia incomoda.

Também pudera! Enquanto estavam ali na farra, ninguém se lembrou de alguém que precisou dar a vida para alimentar aquele bando de esfomeados. Quanta dor sofreu o frango quando teve seu pescoço decepado! O boi, sem qualquer força para se defender, simplesmente gemeu ao receber a sentença me morte!

Além desses, milhares de outros indefesos animais são condenados à morte todos os dias. Afinal, o bicho homem precisa se alimentar. Pena que ele nunca se lembre do sofrimento amargo provado por aqueles animais que enfeitam a sua mesa!

Mais um dia, o banquete está pronto novamente. Assim como o tempo não pára, o homem não vive sem comer, afinal, se não o fizer, morre. É lamentável que ele só pense que o sinônimo de uma boa comida seja uma mesa farta de carne. A dor? O sofrimento? Ah, isso não o importa!

Será que aquele desconforto intestinal, azia e mal estar que aparecem de vez em quando após algumas refeições, não seria uma vingança dos seres irracionais que entram “goela abaixo" dos covardes racionais?

Ruither Ferrão
Enviado por Ruither Ferrão em 30/04/2007
Reeditado em 24/05/2007
Código do texto: T469585