Ah, o amor...
Paro, penso, reflito. Há muitas pedras no caminho como escreveu Drummond, mas estão aí para serem quebradas, arrancadas com um golpe só.
Parar de seguir o curso da vida devido uma rocha que se pôs em meu caminho? Bem capaz!, como diz o povo gaúcho.
Triturarei as pedras, atravessarei os riachos, descerei cachoeiras, voarei com os pássaros. Escreverei meus textos e através deles falarei minha língua, tentarei fazer-se entender, deixarei claro que quero escrever.
Inúteis! Deixem-me escrever! Não importa o frio que abrigam nesses corações escuros, amargos... Quero poder salvá-los, aliviá-los dessa dor, esta que tanto os incomoda.
E você aí, por que não me ajuda? Não quero ajuda, quero vencer só, apenas com meus amigos, com a minha mulher.
Perguntam-me o que tenho? Não tenho nada, possuo dentro de mim inspiração. Palavra que nasce da transpiração, mas se cultiva com a emoção. Sempre, sempre estarei emocionado, pois é do amor que curo minhas dores e dou vida aos meus textos. Ah, o amor...