PERDIDOS NO ESPAÇO

Os mais jovens não tiveram a oportunidade de conhece o seriado “Perdidos no Espaço”. No episódio a família Robinson inicia a primeira viagem ao espaço, mas sofrem com a sabotagem orquestrada pelo Dr. Smith que acaba ficando preso na nave. Dessa forma Smith também fica perdido no espaço, por conta de suas ações contra o projeto. No roteiro do filme, a nave Jupiter 2 parte em 16 de outubro de 1997 (o filme é de 1965) com a missão de pesquisar o planeta Alpha Centauro que prometia ter atmosfera semelhante ao da Terra. Pretendia-se migrar os terráqueos para o novo planeta devido à superpopulação e a iminência de catástrofe nos próximos anos. Esse filme foi produzido pela CBS americana tornando-se grande sucesso também no Brasil. Além da família Robinson e do intruso, dr. Smith estava à bordo o robot B9, um supercomputador da época. Quando ele não sabia de alguma informação, balançava os braços e dizia “não tem registro, não tem registro”. Você poderá assistir ao primeiro episódio no Youtube (em preto e branco) no seguinte endereço: http://blip.tv/conexaojornalismo/perdidos-no-espa%C3%A7o-piloto-6308987

Hoje, em pleno século 21, podemos até rir dos idealizadores do episódio e até mesmo da técnica ou da tecnologia empregada no filme. Temos produções muito mais sofisticadas com efeitos visuais incríveis e temas estonteantes. Apesar de toda tecnologia de nosso tempo, uma coisa não mudou. São cada vez mais crescentes o numero de pessoas que param suas vidas e ficam gesticulando “não tem registro, não tem registro”. Essas pessoas até sabem onde e como adquirirem esses “registros”, no entanto, pouca importância dão para o fato. Sub utilizam o poder que lhes é dado através da tecnologia e usam seus potentes computadores, em forma de celulares, laptops, tablets entre outros, apenas para se divertirem com joguinhos, músicas ou passatempos. Ao contrário do que se esperava continuam ignorantes diante das grandes questões que interferem em sua própria existência.

A alienação é uma dessas questões. Alguns saem às ruas e gritam a plenos pulmões contra a corrupção, bandalheira na política entre tantas mazelas sociais. Gritam até ficarem roucos. Provocam grande agitação. Pena que muitas vezes essa agitação é só exterior. Por dentro está sempre a mesma pasmaceira. Tudo água com açúcar. Nem todos, obviamente, mas a maioria vai às ruas para ter um dia diferente. Curtir o agito. Quando alguém pergunta contra quem eles gritam. Silêncio. Ficam perdidos no espaço vago de suas mentes. “Não tem registro, não tem registro”. No antigo testamento encontramos “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”.

O medo é outro vilão que impede as pessoas de melhorarem seus registros. De irem atrás de novas informações. De se aperfeiçoarem. Tem gente que tem medo de tudo. Medo de engordar, mas comem qualquer porcaria e em grande quantidade. Medo de falar com as pessoas. Esse medo, às vezes se justifica, pois para quem “não tem registro” fica difícil iniciar e manter uma conversa. Note que a maioria das pessoas comuns só reclama da vida, falam mal da vida dos outros e, para variar, discutem futebol. Política já está inclusa em “falar mal da vida dos outros”. Sim, porque se o político fez alguma coisa boa é logo esquecido e ninguém comenta o assunto. Enfim, os bons são esquecidos. Afinal os “não tem registro” querem é meter o pau. Só assim conseguem sentir prazer, pois sentem-se superiores ao coitado ou coitada que assa no veneno de sua língua. Com relação ao medo, lembre-se. Devemos temer somente o próprio medo. Acesse nosso site e deixe seus comentários.

Donizete Romon é jornalista e palestrante. Para contratar palestras para sua empresa ou instituição acesse www.facebook.com.br/petecaeventos