O MOLEQUE SACI..
 
“Nunca confie em um computador que você não possa jogar pela janela”
(Steve Wosniak)
 
Pra quem não sabe, o Saci é o meu amado computador, que veio substituir o velho Negão, hoje em repouso lá no sítio em Friburgo, onde usufrui de tratamento só concedido aos garanhões reprodutores em haras milionários.
O Saci assumiu o posto e veio com tudo; era um exímio engolidor de dados!
Porém, como ente folclórico chegado a pregar peças nos outros, de repente começou a claudicar mais do que o normal por força da ausência de um membro inferior e pelo desdém absoluto ao uso de uma prótese.
Então, sem aviso ou reivindicação, atirou o gorro vermelho fora, estilhaçou o pito tradicional...e pirou de vez!
Simplesmente, num surto de amnésia, apagou todos os arquivos; fechou-se em copas, me abandonou miseravelmente!
É claro que entrei em pânico! O que é que eu vou fazer nesta vida sem esse infeliz? Comecei a rodar pela casa, qual peru, gesticulando e dizendo coisas desconexas, entremeadas de expressões nada ortodoxas, o que alarmou a Lee, minha mulher.
A cada volta que dava, olhava enviesado para o endiabrado e confesso que algumas vezes estive a ponto de, como diz Wosniak, atirá-lo pela janela.
Parei, pensei e juntei os cacos do seu cachimbo de sabugo de milho, colei-os e enchi-o de “cannabis sativa”, erva já liberada para uso “medicinal”.
Logo à primeira baforada, seus olhinhos azuis piscaram e ele pegou no chão o seu inseparável gorro.
Vacilou aos primeiros estímulos, mas, gradativamente, foi recuperando o fôlego e, após as baforadas seguintes, assanhou-se como menino levado.
Aproveitei e estou, ainda, arrancando dele todos os segredos e, se necessário, encho seu cachimbo de novo!
Estou pegando o jeito! Esse moleque não sabe com quem se meteu!
 
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(dedicado a todos os sofredores que são apegados aos seus Sacis)
FOTO - iNTERNET
 
paulo rego
Enviado por paulo rego em 23/02/2014
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