A Sociedade do Medo Generalizado

Não há mais sossego...nem nas pequenas cidades. Não dá mais para ficar nas calçadas conversando como outrora. Medo da violência, do assalto, da morte. Qualquer burburinho estranho já deixa um alerta.

Hoje o cidadão vive atrás das grades, cercas elétricas e muros. Os deliqüentes, soltos, livres, zombando da cara dos cidadãos apavorados, da polícia e das autoridades.

Qual sociedade vivenciamos? Qual futuro espera as gerações que há de vir - se vão de fato subsisitir a colheita do que está sendo semeado por esta geração.

É impossível ficar sossegado. Nem dentro de nossas casas. Até um barulho estranho no telhado levanta suspeita e aciona a adrenalida, preparando-nos para uma reação, para o pior.

Que digam os números: cresceu de forma absurda as pessoas deprimidas e portadoras da Síndrome do Pânico.

Se foi o tempo das praças cheias. Das tardes de domingo regada a conversas amistosas nas rodas de amigos, calçadas e praças. Nem praças existem mais pois os vândalos trataram de destruir o que não é usado, que "só ocupa espaço" nesta guerra civil não declarada.

Medo, desconfiança.

Estou andando na rua e desconfio de quem me acompanha. Se aperto o passo e o fulano aperta também...misericórdia! O medo e os maus pressentimentos desabrocham instantâneos, confirmados com a realidade.

Sociedade dos medrosos, ou melhor, dos obrigados a sentir medo por culpa de toda uma conjuntura, histórico e formação social.

Que herança para nossos netos...Que histórias. Será mais uma geração de enclausurados ou migrarão para outro planeta...pra ver se dá para viver com um pouco de tranquilidade, ao menos.