DESEJOS INFINITOS

Ah, Mário Quintana... Por que não vivi em sua época, por que não o conheci?... Será que ainda dá tempo? O tempo é tão relativo, não é mesmo? Então... eu daqui, você daí... sejamos "padres, pastores, poetas ou viajantes do espaço", somos todos caminhantes deste caminho que se chama Vida... Bora espalhar poesia? Eu te ajudo e você me ajuda...Com muita admiração, respeito e carinho... AMÉM.

Adriana Luz.

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Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,

não falaria em Deus nem no Pecado

— muito menos no Anjo Rebelado

e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:

nada das suas celestiais promessas

ou das suas terríveis maldições...

Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,

Rezaria seus versos, os mais belos,

desses que desde a infância me embalaram

e quem me dera que alguns fossem meus!

Porque a poesia purifica a alma

...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —

um belo poema sempre leva a Deus!

Mário Quintana...

Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 105.