Um homem da Floresta

Atualmente, nos deparamos com inúmeras situações desanimadoras e alarmantes; a maior parte delas é de ordem social e ambiental. A Humanidade já não acredita mais em revoltas, movimentos não governamentais e muito menos em política, pois as circunstancias nos levam a descrença de progressão em relação ao nosso país. Ao longo de nossa história muitos persistiram e deixaram marcas na sociedade, e ainda, nos policiaram de muitos riscos que vem ocorrendo atualmente.

Acreano, nascido no seringal de Pindamoiangaba em Xapuri,Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, se tornou seringueiro ainda criança acompanhado de seu pai. Sua vida política teve inicio com a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia em 1975, quando é nomeado Secretario geral. Seu maior objetivo era impedir o desmatamento que ocorria inconseqüentemente nos seringais amazônicos. Sua principal forma de luta era através dos empates, homens, mulheres e crianças abraçam árvores, um ato de ecologia.

Ao longo do tempo é eleito vereador da Câmara de Xapuri. Chegou a transformar a própria câmara em um fórum de debates sobre questões sociais juntamente a lideranças sindicais, populares e religiosas. Isso resulta num complô de fazendeiros locais que envolvem seu nome em tramas e suspeitas de assassinatos, Chico chegou a ser torturado secretamente e perseguido sob ameaças de morte constantes. Em outubro de 1985, liderou o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros, assim acaba conquistando destaque nacional e internacional com a proposta de União dos povos da floresta, que busca unir os interesses de índios e seringueiros em defesa da floresta amazônica propondo ainda a criação de reservas extrativistas que preservam áreas indígenas, a própria floresta e ao mesmo tempo em que garantem a reforma agrária desejada pelos seringueiros.

Chico já havia realizado um de seus sonhos, a implantação das primeiras reservas extrativistas do estado do Acre. Conforme as conquistas vão aumentando as ameaças também se tornam mais freqüentes. Em 22 de dezembro de 1988, Chico Mendes é assassinado na porta de sua casa, deixando dois filhos e uma extensão de sonhos e metas a serem cumpridos.

Dessa forma devem se apresentar os exemplos a serem seguidos, necessitamos de ativação com intuitos essenciais para a melhoria de vida social e humana no Brasil. Cada vez perdemos mais de nossa floresta, homens derrubam árvores assim como caminham até elas, ou seja, em uma época onde o aquecimento e a danificação do planeta são assuntos tão diários não se pode tolerar a degradação fechando os olhos e cruzando os braços para a evidente situação. A ardência de um ideal ainda tem que ser mais forte do que o desânimo ocasionado por diversas frustrações corruptas. Abracemos com coragem o exemplo de Chico Mendes, e sejamos os próximos heróis de um futuro que, por enquanto, ainda é incerto.

Li Porfirio
Enviado por Li Porfirio em 01/05/2007
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