Para as mulheres de minha vida


A essa altura do campeonato, será que ainda existem aqueles que dizem: hoje é dia da mulher, porque todos os outros dias é dia do homem? Acho (eu sempre acredito, amém!) que todos sabem o motivo pelo qual hoje é comemorado o Dia Internacional da Mulher... E eu poderia até fazer um tratado sobre isso... E discutir a respeito...

Mas, enfim... explicações e/ou divagações à parte... Minha maneira de homenagear as mulheres seriam várias e, obviamente, para alguns, todas clichês (e eu lhes responderia: amo ser clichê... juntem-se a mim, amigos... de tanto ser clichê, um dia, acreditem: seremos originais. Salut!).
Como eu dizia, eu teria várias maneiras, mas escolhi uma delas... a de homenagear duas mulheres de minha vida: uma maiorzinha, outra menorzinha.

E em meio as duas, eu pensei em falar sobre diversas ou milhares de escritoras ...Cecília Meireles, Helena Kolody, Ana Cristina César, Isabel Allende, Clarice, Adélia, Cora, Lya Luft, Martha Medeiros... (também pensei em escritores, e na mistura... concluí: isso viraria um livro...)... Nossa... A lista é infinita!

E eis que eu estou na Bahia. Nada mais apropriado – hoje – do que fazer um registro sobre/para uma mulher, que, como eu, adotou esta terra maravilhosa, como sua. E aqui se apaixonou, viveu esse amor lindamente... aqui viveu, e aqui se eternizou...

Se ela é minha escritora preferida? Ô, caro amigo... Não existem preferidos! Ou melhor, existe sempre o preferido único e pessoal e particular naquele exato instante... Inclusive, a cada livro (ou pessoa) que leio (ou passa por minha vida), quando tudo termina (o livro ou a pessoa), eu mesma me pergunto: “Como pude viver sem isso até o presente momento?” ou “Quem era eu até agora?”... E por aí vai... Cada livro é O livro, cada autor é O autor... E eu amo todos. Sim. De verdade, principalmente aqueles que falam comigo, literalmente, literariamente ou espiritualmente... Quem tem ‘ouvidos, ouça’... Bom... Voltemos.

Quereria muito, querida Zélia, que você soubesse que todas as suas histórias, estão não só guardadas em minha biblioteca particular, à vista de todos... mas em meu coração, sob minha própria vista... E que as ‘manchas’ dos livros são... algumas, confesso: lágrimas... outras, são do tempo (que faz tanto tempo por aqui...), muitas marcas são dos manuseios, e várias, várias e várias... de viagens, mudanças, lugares guardados, sonhos e planos... sim, porque seus e todos meus livros vão comigo aonde eu e minha família formos.

E olha só, agora, temos essa pequenina aí (que no seu tempo, você não conheceu), e que também descobriu o segredo da leitura, escritos, ou seja, tudo o que a literatura pode nos oferecer. E ela está se apaixonando por esse mundo e, mais recentemente, por você, querida Zélia, assim como minha outra filha um dia... – que repassou ao irmão uma de suas histórias, conforme você pediu.

Agora, a ‘pequenina mulher’ também já sabe o Segredo da Rua 18. E ela saberá também, assim como a outra, sobre o seu Chapéu para viagem, sobre a Senhora Dona do baile, e sobre todos os Anarquistas, Graças a Deus!

Enfim, querida escritora, baiana de coração e alma... sempre torço para que, através da literatura, da arte, dos sonhos ou viagens... todas as mulheres se eternizem em suas lutas diárias... Sejam quais forem. E eu respeito todas elas (as lutas, as mulheres... na verdade, respeito as pessoas e seus modos de vida...).

De minha parte, acredite. Faço tudo para isso. E passo adiante, justamente, porque eterno é aquilo que se vai repassando... repassando... repassando... repassando... repassando... Infinitamente... Amém.

Obrigada, Zélia Gattai, por um dia ter me recebido, com tanto carinho, simplicidade, e ter me falado de suas lutas, seu cotidiano, pessoalmente, e através de seus livros.

Obrigada, minhas filhas, por um dia chegarem e ainda permanecerem em minha vida. E serem apaixonadas por livros... Bom, não sei quanto às outras mulheres, mas isso... isso, para mim... é eterno!

(Adriana Luz – 08 de março de 2014)