ALGODÃO DOCE

Foi no mês de Novembro. Dia de finados. Uma data em que as pessoas do interior têm o hábito de visitarem os túmulos de seus mortos para colocarem flores e rezar um pouco. Ah!E nesse dia também se “aproveita” para reencontrar amigos e parentes. O cemitério do interior é um ponto de encontro, onde sevai para prestar uma homenagem aos mortos e se encontrar com os vivos. Num desses dias do mês de Novembro, Aurora, reuni-se à sua sogra, seu sogro, seu esposo e seus filhos para juntos irem à uma destas visitas e conhecer alguns parentes do marido que ela ainda não conhecia.E, nessa ocasião os parentes do marido iriam conhecer seus filhos, pois eles ainda não os conhecia, e, além do mais, o parente que iriam visitar era padrinho de batismo de seu marido.

Chegando à pequena cidade, foram primeiro ao cemitério, depois foram na casa dos parentes para almoçar e passarem algumas horas juntos. A apresentação foi bem tranqüila, dava a impressão de que sempre se conheceram. Logo as crianças brincavam e corriam alegremente entre os pés de acerola que havia no quintal. Enquanto Aurora cuidava das crianças, a sogra e amadrinha do marido cuidavam do almoço...

Depois do almoço, as crianças voltaram a correr pelo quintal, quando então o padrinho do marido(Julian) surgiu empurrando um carrinho de algodão doce!

-Quem quer algodão doce?

Ele olhou em direção às crianças e dos adultos. Os adultos entreolharam-se sem dar resposta, embora se observasse no olhar década um deles que queriam o algodão.

As crianças se aproximaram do carrinho, curiosas. Quando então o padrinho do marido de Aurora. Olhou nos olhos da criança que estava mais próxima: Teodora(3 aninhos) Ela o olhava num misto de avidez e curiosidade.

-Você quer?

Aurora se adianta e responde por Teodora:

-Ela não come açúcar, ela não vai gostar, ela nem gosta de doces.

-Eu quero sim mãe!

Julian dá o algodão doce para a menininha, que devora tudo rapidamente, sujando o rostinho feliz.

A mãe olha e fala sem jeito:

-Ela nunca comeu coisas doces...

Julian olha e sorri com sabedoria:

-Sempre tem a primeira vez, agora ela pode dizer se gosta, ou não.

Ps: Temos o péssimo habito de responder por nossos filhos,e emoções e gostos,só eles podem opinar, temos que deixá-los ter opinião própria.

Wal Ispala
Enviado por Wal Ispala em 09/03/2014
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