AS PESSOAS QUE AMAMOS NUNCA MORREM...

 
De uma conversa com a minha amiga So, brotou uma doce saudade. Dessa saudade, o desejo de escrever uma poesia. Mas ao navegar pelas minhas lembranças, percebi que um poema seria pequeno para expressar o meu sentimento... E por isso, mais uma vez, me atrevi a rabiscar uma crônica.
 
A minha saudade tem um nome, tem um rosto, tem uma voz que nunca esqueci. A minha saudade tem a bondade nos olhos, a suavidade na voz, tem o carinho de um pai de coração, que guardo até hoje em mim.
 
Abriu sua casa para que nela eu também fizesse morada, me chamava de professora, mas me tratava como uma filha... E foi assim que sempre me senti.
 
Homem guerreiro e gentil. Fala mansa e doce como uma suave canção. Sábio, não julgava ninguém. Acolhia, abraçava, ensinava e semeava o Bem. Mãos sempre estendidas para ajudar e aconselhar os que dele precisassem.
 
Esposo, pai, avô, bisavô, amigo, professor... Foi luz no caminho de muitos. Tenho certeza, que todos os que tiveram o privilégio de conviver com ele sentem a mesma saudade, guardam uma terna lembrança e muitas histórias para contar.
 
Perdi a conta do número de vezes, que almocei em sua cozinha, naquela mesa rodeada de gente conversando, rindo, brincando... E depois aquela fila indiana e cada um lavando o seu prato. Ali aprendi o verdadeiro sentindo do trabalho coletivo e fraterno. Momentos bons, jamais esquecidos e que hoje me trazem essa gostosa saudade.
 
Sua companheira, pequena grande mulher, era pessoa linda, de opinião e também uma mãe para mim. Inesquecível, Dona Senhorinha! Para sempre em nossos corações.
 
O tempo passou, nossos caminhos se distanciaram, mas sei que mesmo distante sempre estivemos juntos. Como diz a canção de Luan Santana, “a gente não precisa tá colado, pra tá junto”. Quem a gente ama está sempre do lado de dentro da gente. E no tempo escolhido por Deus, a missão dele nesse mundo se cumpriu. Eu não estava na cidade, não pude me despedir, não pude dar o meu adeus final, mas sei com certeza que no céu foi um dia de festa. Sei também, que ele conhecia o meu sentimento. E tenho certeza que está num lugar de muita luz e paz, cuidando de todos nós.
Algum dia iremos nos reencontrar e sei que vai me olhar cheio de bondade e dizer que está tudo certo, que está tudo bem.
 
So, nossa rápida conversa me trouxe toda essa saudade, mas as pessoas que amamos nunca morrem, pois elas permanecem vivas através de nós.
 
Inesquecível, Seu Maneco... Para sempre no meu coração!

 
Ione Rubra Rosa – 15-03-2014
Foto de Arquivo Pessoal

 
Ione Barbieri (Rubra Rosa)
Enviado por Ione Barbieri (Rubra Rosa) em 15/03/2014
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