AS BESTAS SOMOS NÓS

Pelas ruas da cidade, a cada semáforo, somos abordados por flanelinhas, vendedores de balas, distribuidores de panfletos, pedintes, mágicos, palhaços e malabaristas - homens, mulheres, velhos e velhas, débeis ou não..., e crianças!

Em cada uma dessas criaturas, um pedido de ajuda. E a gente fica, a partir daí, com o dia estragado. Não há como ajudar a uns e outros.

De vez em quando dispomos de alguns trocados e, mais pra nos livrarmos da situação do que por altruísmo, os cedemos.

Pior do que tudo isso, é o sermos abordados por assaltantes que nos levam tudo, até aquelas moedinhas que, por preguiça de procurarmos, deixamos de doá-las àquela menina grávida do semáforo anterior.

E, abestalhados, ainda agradecemos por sairmos vivos dessa!