DAS MENTES POLUÍDAS

DAS MENTES POLUÍDAS

Como estava de férias, aproveitei para fazer uma bateria de consultas médicas; e lógico, estas geram exames, principalmente os patológicos.

E outro dia fui ao laboratório para coleta de sangue. Como o referido laboratório fica a menos de três quilômetros da minha casa, distância que considero perto, fui a pé. Até por que não gosto muito de carro, tanto que em casa tem três carros: um da esposa, um da minha filha e o outro do filho, mas não dependo deles.

Pois bem, reafirmo; coisa que sempre tenho dito: sou feio! Além de gordo. E não faço nada para minorar esta condição; até pelo contrário... adoro roupas e calçados que me sejam confortáveis. Nem sei o que seja bonito em mim, acho até que nada. E exagerei neste quesito, indumentária.

Antes devo esclarecer que ganhei um par de pantufas cor de rosa. Sim! Rosa choque. Meu cunhado é dono de loja de calçados e este dito cujo par de chinelas não achou comprador interessado; e eu como o que aceita tudo, aceitei o presente. Lógico! Uma vez que uso qualquer coisa em qualquer lugar.

Neste dia fatídico, indo ao laboratório, meu traje consistia de uma camiseta, por incrível que pareça, rosa; uma bermuda de cor indefinida (para aqueles que conhecem o ditado: cor de tatu com cobra) e o bendito par de pantufas. Realmente estava alegórico, para não dizer espalhafatoso.

O primeiro transeunte que cruzou comigo, olhou, balançou a cabeça como a dizer: “cruzes credo! Um gordo feio assim e... é difícil de se ver.”

Logo á frente encontro dois jovens adolescentes. Quando viram as pantufas caíram na gargalhada; e um disse ao outro: “- Você já viu uma bicha tão feia?”

E muitos outros, pelo caminho, sorriam e debochavam.

Não tiro a razão de nenhum deles, até por que se fosse o inverso não sei da minha reação. Eu cá com meus botões me garanto... será? Sou de fato o que eles pensam? Ou não?

Contudo nada dá o direito de fazerem escárnio comigo. Pois a discriminação é coisa de mentes sujas... poluídas...

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 28/03/2014
Reeditado em 28/03/2014
Código do texto: T4746791
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