Micro-fábula expressa

Micro-fábula expressa





• Maduro acorda e diz: chega, isso precisa acabar. Vamos chamar os opositores e parar com essa pataquada. Se não me quiserem, arrumo um casebre em Miami (tá cheio de compatriotas lá) e vou me dedicar à música (eu tenho uma banda, sabia? De rock ainda por cima). Acordei! Isso precisa acabar. As crianças estão fora dos colégios.

• O presidente do Egito (tem um nome meio complicado), acordou, pôs a mão na testa e exclamou: ué, fiquei louco?! Mandar executar 500 caras de uma só vez? P£∞+!!! que Pariu! Faziam isso no Gólgota, 2 mil e tantos anos atrás, crucificações em massa, tipo 1.500 de uma vez, o chão ficava enlameado de sangue e um demente, o mandante, babando de contentamento. Não, não, vou voltar atrás, não vou executar ninguém não. Já sei o que vou fazer: vou exportá-los. Tem um país fazendo isso. Eles exportam gente qualificada. Deve ter algum entre os meus 500. Quem sabe um médico. Onde eu estava com a cabeça, mandar matar 500 de uma vez? E depois, com todas essas manifestações, as crianças ficam fora da escola. Que exemplo estamos dando? Se ninguém me quiser, arrumo uma kitinete em Miami, posso jogar baralho e contar histórias das pirâmides.

• O presidente da Síria (cujo nome é um tanto incompreensível), despertou e gritou: chega!! Essa m..... não pode continuar. Armas químicas, genocídios, rebeldes, explosões, sofrimento, cruz credo, eu devia estar maluco. Vou ter que sair pela porta dos fundos, porque decerto ainda me acusam de algo. Mas em que eu estava pensando? Pelo visto me ensinaram tudo errado. Já sei que não me querem. Vou arranjar um 2 dormitórios no Guarujá e escrever cartas de pêsames às famílias que prejudiquei. Se é que alguém vai saber ler, porque as crianças estão fora da escola faz tempo.



(Imagem: Sharon Lee Hart)
Bernard Gontier
Enviado por Bernard Gontier em 03/04/2014
Reeditado em 13/04/2021
Código do texto: T4755115
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