Fui fotógrafo semi profissional por um dia

“Você não clicou rápido demais não?”, indagou o Reitor da Universidade Tiradentes Jouberto Uchôa de Mendonça posando para a foto com o cantor Antônio Carlos Du Aracaju. O meu rápido silêncio à pergunta lhe indicou nervosismo, ele só não imaginava que aquele momento quebrava um paradigma pessoal.

Nunca imaginei preferir uma ultrapassada máquina analógica ante uma digital. Logo eu, sempre defensor do desenvolvimento tecnológico! Defensor do “aposentamento” das técnicas ultrapassadas, essas, servindo apenas de referência e memória. Agora, torcendo para que uma Kodak, de preferência com filme, caia do céu, deixando a moderna e cativante digital de escanteio cumprindo minha pauta fotográfica com uma, uma...

Se você for um editor de jornal logo irá me repreender. “Repórter tem que andar preparado!”, exclamaria torcendo meu pescoço. Sim, concordo. Ainda mais em um evento de comemoração dos 45 anos da UNIT.

Saí de casa na noite do dia 23 com um bloco de notas, três canetas nas cores azul, preta e vermelha, um gravador digital e uma baita ânsia de fazer uma reportagem em um grande evento.

Já no Teatro Tiradentes, encontro a coordenadora do curso de comunicação social da UNIT. Com uma possante câmera digital, perguntou: “quer tirar algumas fotos?”. “Sim, sim!”, respondi contente.

Era foto pra cá, foto pra lá. Apagava as borradas, as mal posadas e as desnecessárias. Tinha como foco principal os homenageados, entre eles Anselmo Góis, Ester Mambrine, o Reitor.

Estava no meio dos principais fotógrafos da cidade concorrendo com eles o melhor ângulo. Ao final, corri com eles - mais como paparazzo do que como foto-jornalista – para fotografar Anselmo Góis, a estrela da noite. Jornalistas, radialistas, tele-jornalistas, professores, alunos e até o Reitor entraram na fila para uma concorrida foto com o jornalista de O Globo.

Aí, meu amigo Antônio Carlos resolveu posar com o Reitor. “Pois sim!”, respondi animado. Tudo pronto, e nada. Mexo aqui, mexo acolá e nada. O Reitor voltou a indagar: “você não clicou rápido demais não meu filho?”, não Magnífico, a pilha acabou.

João Áquila
Enviado por João Áquila em 05/05/2007
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