Privilégios deste mundo

Eu vivo andando de carro.

Muitos vivem em vão.

Eu almoço arroz com batata.

Muitos nem pão.

Eu me deito num lençol de ceda.

Muitos no chão.

Eu escolho a roupa e o sapato.

Muitos não.

Eu reclamo do preço da saúde privada.

Muitos nem passam da entrada.

Então me pergunto por que esses privilégios?

Berço de ouro, sorte na vida, você acredita?

Lei do acaso, da relatividade, seria este o caso?

Distribuição da renda, dinheiro público, imposto de renda?

Desigualdade, oportunidade, comportamento.

Esforço pessoal, família, questão de fomento.

Não sei, não entendo a razão disso até o momento.

Mas sei que todos querem e assim buscarão,

Instigados pelas mídias, com recursos ou não.

É o sistema, é o Homem, que dilema.

Eu paro o carro e dou um real no cruzamento do farol.

Todos sob o mesmo sol.

Que nasce pra mim, pra você e pra todo mundo.

Aquele um real tem nome, mulher e três filhos.

Chama-se Raimundo...

Geraldo Faria
Enviado por Geraldo Faria em 08/04/2014
Reeditado em 14/04/2014
Código do texto: T4761790
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