ATEU GRAÇAS A DEUS?

No Youtube agora virou moda especialistas amadores (pode isso?) fazerem vídeos que cismam que se você assistí-los vai dar de cara com a verdade absoluta sobre qualquer assunto. A ideia principal dos produtores desses vídeos é desmitificar questões, hábitos, comportamentos, crenças, teorias. Tem hora que eles preferem levar a seu público grandes revelações sobre a origem do mundo, como as coisas funcionam ou o que está por trás dos acontecimentos que intrigam toda a humanidade.

Eles, que são em sua maioria leigos no assunto que tratam, tem vez que até fazem questão de mencionar isso, quando animados a produzir em vez de se apropriar ou citar o trabalho de outro sujeito leigo, se valem de pesquisas realizadas na internet, dessas que qualquer usuário dessa rede está apto a fazer. E para parecer que o trabalho que realizam merece crédito, costumam citar autores, artigos, entidades ou publicações de mérito no meio científico que apresentam oficialmente o dito.

E esses caras são visualizados. Batem recordes de visualização no servidor de vídeo por demanda. A ideia principal deles é essa. E o estilo da maioria esmagadora dos que apresentam o que fazem, às vezes a produção leva o nome de mais de um participante, é aquele de radical de butique, cabeção, dono da razão que não tem que respeitar ninguém. Isso até que não devemos criticar porque vemos os vídeos deles se quisermos, certo? Errado.

Errado por quê? Bem, existem os programas de promoção para vídeos hospedados no Youtube, como o AdWord por exemplo. E às vezes vamos parar no servidor de vídeos da Google por estarmos interessados em determinado assunto. Existe nele material sério, bem produzido e apresentado com respeito. É atrás desses que costumamos ir. Mas os programas como o AdWord não respeitam a gente, às vezes você está à procura de informações sobre o Palmeiras e chove de provocações contra palmeirenses na coluna da direita do site. Algumas são fáceis de livrar delas, pelo título já se sabe que não interessa. Já outras não. É fatal o clique nelas, existe técnica para isso e é no título para lá de sugestivo que ela é aplicada. Uma vez clicado, a tendência é se perder tempo o vendo. A não ser, é claro, que o utilizador da enganação não tenha sido hábil o bastante para cativar quem vê por pelo menos 1 minuto.

Eu já caí nisso várias vezes na minha incansável busca por informação. Cheguei a fazer uma lista de canais que eu já sei que não devo ver material deles. A lista é até um pouco maior porque o que eles citam também não deve ser visto, é lixo também. Quando posso, alerto outros usuários quanto ao que encontrarão nesses canais. E nas vezes que caí eu sempre me deparei com uma constante: ateísmo nutrido pela vontade de ser intolerante com grupos religiosos, geralmente os Testemunha de Jeová. Aí você percebe facilmente um fato: Os produtores desses materiais fazem uma espécie de impulsionamento da desinformação, ou seja: eles querem desviar a atenção do público de um tipo de aceitação de ideias e impregnar outras, que são passíveis de serem mentirosas e são tendenciosas. E se vê também gastarem com isso.

Eles gastam ou as instituições ou os propagadores das ideias que eles defendem patrocinam a veiculação de seus vídeos, trabalhando assim na retaguarda? Eles ganham um salário para isso ou se contentam com visualização, que dá fama e posteriormente dinheiro, ou com o que conseguem arrecadar com o AdWord? Aqui vale para os produtores de besteirol também: os políticos precisam que o povo prenda a atenção e, se possível, fique cada vez mais bobo.

Mas o que mais me impressiona é quando eles tentam convencer as pessoas de que as teorias (para eles: verdades) que eles se dignam a difundir têm embasamento científico e possuem trabalhos aprovados pelas comunidades científicas que devem ser aceitos como válidos por toda a humanidade. Esses trabalhos são financiados pela elite global que domina o mundo. Essa elite é dona das escolas, dos institutos de pesquisa, dos laboratórios, da indústria de toda sorte, da mídia. É de se esperar que uma teoria, que se aceita por um grande número de pessoas cria hábitos, como os dos Testemunhas de Jeová, que não aceitam consumismo e nem experiências científicas em seu corpo, que acumula prejuízo financeiro ou diminui o domínio populacional para esse grupo vá ter nesses órgãos trabalhos a validando?

Em um desses vídeos um sujeito disse, para induzir seu público a acreditar que o que ele defende no vídeo é digno de crédito, que o número de artigos que tratam do assunto cadastrados em institutos de pesquisa, cujo conteúdo combate a verdade dele, é de um para dez mil que corroboram. Esperaria alguém sensato que seria diferente?

Eu sou da opinião que qualquer proposta de justificativa de qualquer coisa, se não puder ser verificada empiricamente, não se deve dar crédito. É claro que nas escolas, ou nos vestibulares, a resposta para ser dada nos questionários é a que eles fornecerem, afinal o sistema de ensino e o que vai parar nos livros didáticos são eles que estabelecem. Mas no dia a dia, aquilo que implica na vida da gente não deve ganhar condescendência essa prepotência assim a deus dará. É se tornar presa fácil do Sistema.

Quando dizem por aí que há um surto de certa doença, como recentemente aconteceu com a Gripe A, devemos simplesmente tomar como certo? Claro que não. Nem se esfregarem na nossa cara um indivíduo todo lesado com os sintomas que atribuíram para o mal: ele pode muito bem estar com outra coisa ou a coisa que ele tem não é contagiosa nada. Vamos tomar o cuidado que recomendam, claro, como por exemplo o uso dos bebedouros públicos como foi na vez, mas daí a aceitar simplesmente a vacinação contra a peste, que providencialmente se conseguiu produzir em tempo recorde? Não podem ter mentido quanto à epidemia, usado a mídia como fazem para espalhar o terror e governar pelo medo para dar estabilidade ao processo e criar crença de que é preciso que algo seja feito ou o sentimento de dever e de cidadania por parte da população a que se dirige a questão? A intenção não pode ser inserir no corpo da população um futuro agente patogênico ou outro tipo de instrumento que a elite global consiga usar como controle populacional? No caso da vacina contra a Gripe A: infertilizador? Uma forma mais humana de controlar a natalidade e reduzir a população, uma vez que seis bilhões de pessoas no mundo incapacita completamente a gestão do capitalismo? Lembram que a vacina era perigosa para as gestantes e que tinha uma faixa etária, provavelmente com menos risco de procriar, livre do tal vírus e que não precisava vacinar? Faz sentido um vírus poderoso pegar A e não pegar B? Não é melhor discutir com a humanidade a necessidade de se evitar nascimentos? E os Testemunha de Jeová, com essa obsessão por não tomar vacina ou permitir transfusão de sangue ancorada na fé deles, não estão blindados contra uma conspiração quer ela exista ou não? Quem é mais esperto, o ateu-humanista-secular-cientista?

Até onde sei alopatia, vacina, médicos são tudo engodo, não fazem o que prometem. Ora, você toma uma pílula e ela te dá a sensação de estar livre de um problema, aí, como sempre com os alopaticos, surge outro problema em outro órgão. Qualquer remédio desses que se toma quem providencia a cura é o próprio organismo do paciente, os próprios médicos dizem isso, escapa deles, para que vou inserir químico no meu corpo? Hipocrates é o pai da medicina moderna, ele disse "que sua comida seja seu remédio; que seu remédio seja sua comida", por que eu desobedeceria isso se parte do mestre da medicina? Confio mais nos homeopatas, pois eles usam o principio ativo natural e não negam o mestre. Não são charlatões formadores de doentes e vendedores de remédio. O homem nem sempre teve remédios, vivia de chás e alimento saudável antes de crescer a especulação comercial da saúde humana e antes de existir ministérios de saúde nos governos e gente para corromper dentro deles. Para negar a frase de Hipocrates é que fazem o que fazem com a comida, enchendo ela de agrotóxico, de produtos nocivos, condicionam nosso corpo ao remédio químico, sem tirar as desvantagens dele. Nos fazem fugir do Sol. Nós é que somos ratos de laboratório comedores de lixo.

Pra fechar, reflito sobre o ateísmo. Ateu tem que necessariamente não acreditar em Deus. Deus com letra maiúscula, que não quer dizer o mesmo que deus com letra minúscula. Dessa forma, quem acredita em Alá é ateu. E sem deixar de ser religioso. Não, não estou equivocado. O "teu" de "ateu" vem de Theo, que quer dizer Deus. A-Theo seria negar Theo. Quem nega somente Deus quando se diz ateu e não acredita em qualquer outro deus, precisa se reformular porque é ateu graças a Deus. Eu prefiro ser racionalista. Agora, ser racionalista leva a respeitar os Testemunha de Jeová por exemplo. Basta observar como é racional a proteção que eles fazem contra o Sistema. Se eles deixassem claro isso sem usar religião, conseguiriam se preservar? Teriam o direito garantido do credo e seguimento dos dogmas do credo na Constituição? E o racional tem que respeitar também outros grupos que são vítimas de intolerância e chacota nesses videozinhos baratos. Mas não é nos braços das instituições, como as científicas, que fulminam o mundo com a sua verdade irracional arbitrária, que penso que deve se dar esse respeito não. É com a capacidade de testar empiricamente e construir a sua própria verdade. E que ela não interfira no direito dos outros de terem a deles.

"Mas eu falarei ao Todo-Poderoso, e quero defender-me perante Deus.

Vós, porém, sois inventores de mentiras, e vós todos médicos que não valem nada." (Jó 13:3,4)

Eu sou autor do livro "Contos de Verão: A casa da fantasia", que trata de empreendedorismo e relação humana. Obrigado pela leitura!