Literatura em chamas

Escrever é falar todas as línguas, embora você nunca tenha saído de sua aldeia.

Estou vivo para assistir as transformações da arte de sacanas para arte urbana (grafite). Não acorde o cafajeste que existe dentro de você, isso por que ele pode perder o sono.

Pra minha sorte você errou em suas previsões, hoje vivo um torpedo de todas as emoções que sempre sonhei pra mim! Andei o Brasil inteiro, a todos pedindo socorro. No ano passado eu morri, mas este ano eu não morro!

Amarrei um leão no sono, abracei uma caixa de marimbondos, quando acordei estava na Sorbonne. Quando me falam de flores me lembro dos canteiros, quando me falam de morte eu me lembro dos coveiros. Não quero lembrar-me do ultimo, pois nos enterram com o primeiro.

Busquei sentido? Em todos os sentidos! Mas só encontrei espumas em dissonâncias e sustenidos. E na sucata do ócio faço tudo que posso, na tentativa de me encontrar, pois no cio da terra não há quem erre a hora de plantar.

Quando minha represa de dores explodiu dentro do meu peito, um raio de luz trouxe você nos meus pensamentos que levou tudo, tudo para o alto mar. E no jornalismo investigativo fui atropelado pelo estupido cupido. E na fábrica de sonhos no universo das palavras descobri que o amor é a única saída! E na literatura de cordel encontrei o griô, menestrel e repentista o lendário Zé Limeira.

Quando cheguei à Moca encontrei sua descendência, a jovem geração do rap. Quando eu abri meus braços para abraçar a literatura, acordei abraçado com os monumentos que homenageiam os candangos em Brasília.