SUICÍDIO SEDUTOR

Como funciona o pensamento da imprensa brasileira e a recepção desse pensamento por parte daqueles que a imprensa alveja? Uma coisa é certa: tenha cuidado com o que ela informa e procure não tomar partido algum, sequer repetir o que se vê na imprensa ou na mídia em geral, para não dar tiro no próprio peito, imediato ou futuro.

No Youtube, por exemplo, a imprensa é ainda pior porque as informações propagadas saem da boca de gente que é amadora e não tem compromisso algum com o que possa fazer o que for falado. E esses estão proliferando nessa rede de hospedagem de vídeos sob demanda e os trabalhos deles são muito bem produzidos e mais ainda bem argumentados. Ou seja: Trabalhos sedutores que têm toda aparência de material financiado por pessoas ou grupos que têm interesse em levar informação duvidosa e perigosa a um público específico. Entidades que não querem aparecer ou acham que se fosse propagado pelos meios convencionais, como no Jornal Nacional da Globo ou no Globo Repórter por exemplos, o que desejam propagar, não surtiria o efeito necessário ou sequer seriam assistidos ou mastigados o material elaborado. E no Youtube ainda tem a possibilidade de se obter a opinião de quem assiste e a numeração da audiência é computada de maneira mais verossímil do que em outras mídias pode se medir. Fora as peripécias do Google Analytics, que deixa a par o canal até dos locais onde estavam cada um dos que acessaram o material.

Discutem no Youtube e em outras mídias questões como o nióbio Brasileiro, as articulações da Nova Ordem Mundial, questões sociais como as da sexualidade, sempre querendo ganhar adeptos para o homossexualismo, difamações de pessoas que andam merecendo e ganhando a confiança da população, como a jornalista Rachel Sheherazade ou o filósofo Olavo de Carvalho, as sociedades secretas e a influência ou contribuição que elas têm nas decisões do mundo, o terrorismo, motivação à perseguição aos árabes e radicais religiosos para destruir suas crenças e hábitos e liberar o caminho para a expansão capitalista em seus mercados, adesão ao ecumenismo, que visa acabar de vez com o cristianismo e deixar pessoas frágeis às ideias liberais e posterior aprovação de estratégias governamentais, todas elas ruins para o povo e bom para a elite.

E faltou na lista a prepotência de quererem destruir mitos, confirmar verdades científicas dentro do raciocínio que definem para quem se expõe pensar, denegrir e debochar da verdade que pode haver nos livros sagrados da humanidade, alguns milenares e em particular a Bíblia, e tudo que vira assunto de destaque ou que a elite dominante precisa articular é conteúdo desses vídeos e desses argumentadores sofismáticos que trabalham para essa elite. Tenho minha opinião sobre cada assunto que é levado à discussão nesses vídeos e por vezes já me encontrei condescendente com a opinião do debatedor, mas confesso que me precipitei na maioria dessas vezes e revi a minha condescendência ao ponto de neutralizá-la a tempo e não fazer frutificar um erro. Essa exposição alcunhada de crônica tem como objetivo espalhar esse tipo de comportamento e precaver contra as tantas bandeiras falsas que erguem para iscar adeptos como uma vara de pescar. Não seja presa fácil!

Em casa, eu ouvia familiares meus discutirem a violência que acontece na UFMG. Roubos, assaltos, sequestros. Um deles disse que havia visto na televisão um fato que foi adicionado à conversa que mantinham. É muito discutido no meio intelectual de boteco, gente anônima que não entra no círculo comandante das informações por propor análises de combate ao que esse círculo defende, que a imprensa televisiva tem uma tática para criar aparências de acordo com a circunstância contratada. Se grupos têm interesse de que se crie um clima de insegurança na UFMG, só precisam contratar pessoas para realizarem os delitos – estas com certeza não sofrerão qualquer pena, é por isso que se fala muito em não haver punidade no Brasil: rabo preso – e em seguida a grande mídia para dar a nota. E a televisão é o carro-chefe.

O que se quer com isso varia muito. Vai desde conseguir adesão do público a uma providência do Governo (dar poder ao Governo) até desviar a atenção das pessoas expostas às notícias de uma questão real e bastante importante para se deixar de estar atento a ela. Resumindo: Um bom cidadão não dá bola para o trabalho da imprensa. Nem do rádio, nem da televisão, nem dos jornais e nem dos sites. Quer seja a imprensa oficial, quer seja a amadora como a dos videomakers do Youtube. Não por causa dos jornalistas, e sim por causa dos veículos, pois precisam faturar ou pertencem aos grupos que conspiram. As entrelinhas existentes em qualquer trabalho jornalístico informa muito mais do que o que atrai a audiência: a manchete e talvez o texto. Estamos na era da mensagem subliminar. É até por isso que vimos acontecer o que aconteceu com o frisson do erro da pesquisa sobre o estupro cometido pelo IPEA, que tampou o escândalo da Petrobras. E só por isso foi possível desviar as atenções.

Voltando aos pseudo-informantes do Youtube, é constante eles se dirigirem contra as ideias que são consideradas conspiratórias e a seus defensores. Se eles, que podem tomar partido em um leque enorme de assuntos em seus vídeos, escolhem o que está recebendo a simpatia do público e se o que pretendem em seus trabalhos é negar os argumentos que defendem o conteúdo, que são o que atrai a atenção para o material, fica muito óbvio que o assunto é de extrema importância para o público observar e tomar cuidado com o que fará a respeito. Mais óbvio ainda é a posição do contra-argumentador, que pretende desmitificar um fato.

Esses produtores de vídeo amador têm compromisso com as minorias que pretendem se livrar dos problemas que eles discutem em suas apresentações. As vezes eles são financiados por essa minoria. Fica a critério de quem cai na armadilha de ver esses trabalhos dar ou não poder para a opinião do camaleão opinante disfarçado de preocupado com o povo e em ser esclarecedor. Eu prefiro refletir e descobrir quem está ou quem está mais do meu lado em vez de ir de cara preparando meu caixão. Não sou tratador de crocodilo.

Eu sou autor do livro "Contos de Verão: A casa da fantasia". Essa realidade absurda quanto à veiculação da informação no Brasil está presente no livro.