Preferência infantil

Filipe aproveita o feriado para visitar sua irmã Fernanda e se folga em brincar com o sobrinho Victor. Revive os dias de criança, sentando no chão, fazendo montagem com os brinquedos e aqueles momentos tão agradáveis só se encerram quando ouvem Fernanda chamar para o lanche. A mesa está posta com muitos quitutes. Enquanto vão se servindo, aproveitam para colocar a prosa em dia.

Victor todo orgulhoso participa das conversas. Ele diz que já é “grande”, mas não esconde a idade. São dois anos e ele mostra os dois dedinhos, tentando esconder os outros três.

No dia a dia, ele faz algumas tentativas para mostrar que já é independente. Auxilia a mãe na tarefa de guardar roupas e brinquedos e, mesmo não sabendo ainda fazer bem feito, recebe elogios. Fernanda sabe descer até a altura da criança, mostrando-lhe o que pode e o que não pode fazer.

E ele faz jus à educação que recebe, sabe manifestar-se sobre o de que gosta, seja sobre a roupa que quer vestir, sobre o alimento que mais aprecia.

Seu vocabulário é rico e já fala o nome dos coleguinhas mais chegados e das pessoas que estão a seu redor. Faz muitas perguntas, fica satisfeito com as respostas, mesmo que nem sempre as entenda bem.

Outro passatempo que Victor muito aprecia é observar da janela os passarinhos que pousam nas mangueiras em frente ao apartamento e acha interessante quando cantam.

Fica entusiasmado quando passa alguém, puxando um cãozinho pela coleira. Ele também quer ter um cachorrinho assim, pois os seus animaizinhos são todos de pelúcia. Entanto Victor ainda não sabe fazer um questionamento persuasivo para que os pais lhe deem um bichinho. Negociar ainda não sabe. Apesar de conversar com certa fluência, ainda não foi convincente neste pedido. Seu pensamento vai sendo construído e criando força com a imagem que vê a cada dia, quando pode estar naquela janela.

Fernanda e Léo sempre procuram dialogar com ele, pondo-o a par das novidades na relação familiar. Aos poucos, vão preparando o terreno, contando-lhe que, em breve, ele terá mais alguém para brincar, porque a mamãe vai ganhar um bebê. Victor ainda não se conscientizou sobre o que isto significa. É muito pequeno para ter essas expectativas. Filipe, ao tomar conhecimento da novidade, também quer saber a preferência do sobrinho:

— Victor, você quer ganhar um irmãozinho ou uma irmãzinha?

Victor olha bem para Filipe e, na pureza infantil, devolve a pergunta para o tio:

— Ah! Pode ser um cachorrinho?

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 16/04/2014
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