Dia do Índio

Dia do Índio

Dia 19 de abril é comemorado o dia do índio.

A história descreve a violência, que foram submetidos os índios, primeiros habitantes e legítimos descobridores do Brasil.

Os historiadores nos falam em rios de sangue, massacre de crianças indígenas, incêndio de aldeias, enfim, descrições horripilantes, capazes de comover um coração de pedra. A clareza destas descrições históricas nos dá uma ideia, de como foi cruel e desigual estas disputas entre índios e colonizadores. A ciência revela que o ser humano é diferente dos animais na anatomia e inteligência, mas nas competições são muito semelhantes. Humanos, assim como animais, sempre competiram entre si e os mais fortes vencem, aqueles que têm mais poder, nem sempre os mais inteligentes. Pelo menos é o que podemos supor, vendo as pinturas rupestres e aprendendo no nosso dia-dia. Muitos acham que somos vitimas inocentes e apenas trazemos entranhados no DNA a crueldade e selvageria dos nossos antepassados. Será mesmo, que somos “apenas”, descendentes desses perdedores ou ganhadores cruéis do passado? Ou continuamos com o instinto violento deles? E pergunto mais, será que a civilização como conhecemos hoje, acabou com a violência contra os índios? Será que os homens já se conscientizaram de que tanta violência era desnecessária? O que restou dessas vítimas tão massacradas pela civilização? O que nos mostram os descendentes dos vencedores do descobrimento, tantos séculos depois?

Eis o que nos mostram: rios antes de água limpa e recheada de peixes, hoje doentes quase mortos, alguns incuráveis. Florestas antes verdes e repletas de animais, agora devastadas, desérticas, muitas irrecuperáveis. Pássaros coloridos que com seu canto alegravam as matas, hoje extintos. E os índios, será que restou algum? Ah sim, já ouvi falar que ainda existem, mas não tem muito que comemorar no seu dia. São paupérrimos, doentes, lutam desde aquele tempo até hoje pelos seus direitos, que são muito limitados. Possuem em algum lugar distante, alguns alqueires de terras, contaminadas por mercúrio dos garimpos e reduzidas a “reservas”, com alguma liberdade dentro delas. Já não são mais os mesmos de séculos atrás. Toda sua cultura foi destruída, ou modificada ou ainda ignorada, perderam a pureza e inocência e o que se vê, é mendigo que um dia foi índio, revoltados e cansados de lutar.

Joana Aranha é Bióloga e escritora

WWW.recantodasletras.com.br/autor/joanaaranha

Joana Aranha
Enviado por Joana Aranha em 16/04/2014
Código do texto: T4771714
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.