O rancor

Quem cultiva rancor não percebe mas vai perdendo o viço, anulando as cores, alterando o paladar.

Não reconhece mais o doce, torna-se amargo.

O rancor é destrutivo, pernicioso.

O rancor tem peso e torna um condenado quem o carrega.

O rancor atrapalha a logística, altera os caminhos.

O rancor dizima a própria humanidade.

O rancor é uma cruz escolhida.

O rancor é uma armadilha, um caminho sem volta, um abismo de garganta exposta.

O rancor é um gastador compulsivo de tempo.

O rancor é um despertador de instintos animais.

Um inibidor potente de vitalidade.

Um negador inclemente de bondade.

O rancor é uma algema permissiva.

Seja leve.

Seja livre...