A citação temática desta Crônica vem a propósito da chegada do "Ti Mário Bush Echas" ao exílio em Paris, no tempo do Estado Novo que morreu de Velho!
"As mulheres, os escravos e os estrangeiros não são cidadãos". (
Péricles - político democrata ateniense, "século V"  Antes do Cristo vir cá abaixo a ver isto!!
O Filósofo Péricles era um dos mais brilhantes cidadãos da civilização Grega.


De: S. Potêncio     ® Os Gambuzinos ( crònica número 149)
 
 
Talvez por causa de uma bem azeitada pleiade de artistas da palavra  vendida ao desbarato, no palanque eleitoral,  e do método "xuxial" para convencimento de Ti Zé Pô vinho de qualidade duvidosa, os nossos governantes continuam a fazer a continência à Ti Europa, e todos com os bicos dos pés bem brilhantes, dos muitos lambe-botas que por ali circulam em bandos que mais parecem alcateias de Lobos em busca da presa Lusitana que continua distraída.
Razão tinha o Mestre dos Mestres quando ele cantava, descalço nas praias do Malabar e de Moçambique, ao lembrar da santa terrinha e dos versos do Pastor Peregrino, um seu fiel Escudeiro da Lingua de todos nós Francisco Rodrigues Lobo, nascido às margens do Rio Lis;
-  "descalça vai pera fonte, Lianor pola berdura!, bai fermosa e não segura." 
Sem dúvida a "laptospirose" continua a avançar em passos largos, mas muito subtilmente silenciososos!. faz-me lembrar a sombria canção do velho Zeca Afonso, a contestar o sistema na claraboia aos quadradinhos, a olhar os "ratos ao sairem da toca";   - eles comem tudo!, Eles comem tudo, e não deixam nada!.
E ali fica ele confinado a olhar o infinito azul do céu que vem da boca da barra, para buscar inspiração para mais um sucesso da juventude transviada dos anos dourados das campanhas de "Áquem diga que o Ti Bush echas era um aluno fiel dos folhetins radiofónicos via radioamador, que lhe foram ensinados pelo seu Pai Padre nascido um pouco mais acima, também nas margens do mesmo Rio. Era publicamente sabido que no tempo do Estado Novo - além dele, eram os bufos a soltar pum no Bar La vento, enquanto ele perambulava tranquilamente entre o "Mont Parnasse", e os Bidon Villes de primeira classe, para subir nas escadarias da Sorbone, na companhia de outros,  os exilados da mesma raça, todos ansiosos por pedir asilo político na Terra de Voltaire,  porque trabalhar faz calos!
 
Ah,Ah,Ah... bonjour Monsieur Máriôt,  voulez vous travailler ici en France!? 
---Aatãon ó pá!,... tu achas que eu vim p'racá p'ra França p'ra trabalhar,  pá!? 
Eu não!... eu vim para cá para protestar.
- Trabalhar é bom, mas é só para quem não sabe fazer mais nada, entendes!?
- Est ce que  Tu comprend!? 
Ah bãon!... voilá un vrai bon portugais!
Ele merece até ser politico.

E assim decorria devagarinho a "vie en rose" do nosso ilustre praticante do dolce fare nienti! Ele era só um emigrante em trânsito proveniente dos montes atlas aonde ele foi prestar homenagens póstumas a El Rei Seleuco.     
Mas,  dizia-vos eu que uma das características mais marcantes do nosso tempo, é a alegoria em nome da saúde dos animais, porque a das pessoas!, essa é parte integrante do discurso do governo.
- Quem  sabe ler nas entrelinhas, pode muito bem compreender a diferença entre palavra dada e a palavra vendida!
Até eu que sou semi-analfabeto, já "LINO" diário da república que vivemos hoje no nosso país, aquilo que nunca vivemos nos ultimos cinquenta anos, karago!
 
E digo-vos mais; è um progresso extraordinário em todos os quadrantes porque o país continua com uma mente quadrada. Um quadratura psitomácita totalmente voltada ao progresso, e de costas para a direcção dos assuntos em pauta nas "conversas de soalheiro".
Basta olhar na direcção certa! 
- Por exemplo, na Dren agem levada a cabo na região norte extinguiram-se as "Charruas" porque não é preciso mais arar a terra.
- Aliás! essa coisa de palrar como as "araras" sempre foi uma arma muito utilizada pelas práticas da "bufaria" no seu auge. 
- Já no caso das obras ao sul do Tejo temos inúmeros casos de progresso!  São quilómetros e quilometros de terra baldia, à espera que venham os "Kamones" que falam a lingua de Cervantes, e logo se encaixam num slogan mais ou menos emblemático:  
- Atención nuestros hermanos portuguesitos!    
- No hay problema de emigracion para Espanha! Acá,  basta "solamiente" dar o nome ao "passador" moderno e no dia seguinte voismecê já está admitido para engrossar a fila de trabalhadores em regime de contrata temporária. Todos  com direito a ser escravizado nas estradas da Catalunha, e nas pedreiras da Meseta central ibérica. 
Isto é público, é notório! E é sabido que em Portugal  nunca se emigrou com tanta categoria. 
Agora é uma maravilha! - Quando trocamos seis emigrantes por meia dúzia de cidadãos que nem sabem ler, porque as escolas são absolutamente dispensáveis! nascem logo uma dúzia de Doutores! E além disso começamos a despertar agora para o alto conceito de patriotismo "Kafkiano" onde se entende que o nosso maior herói contemporâneo é justamente o cidadão que está-se nas tintas para as origens Lusitanas! 
Enquanto isso no prelo a "gestetner" continua a e rodar as laudas e laudas em papel de cera para o museu de sua majestade o mentor da sacrossanta reunião virtual do Conselho de Estado miserável em que nos encontramos.
Ó pá,... aatão ná bais trabalhar oige?! 
Ê cá ná vou ná xeñori!  estou de baixa por causa dessa tal de "Laptospirose"!
- Veje lá cumpádi! Voismecê tome cuidádi purquê isso pode, atacári tambein os gambuzinos que  andam per aí à solta.
- Iludências mê cumpadi!... Isso tudo são só iludências.    
Autor: Silvino Potêncio - Julho/2007
(Emigrante Transmontano em Natal/Brasil) 



 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 19/04/2014
Reeditado em 18/12/2019
Código do texto: T4775040
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