Caso Bernardo: quanto vale uma vida?


De acordo com o depoimento de Edelvânia à polícia, o assassinato de Bernardo foi planejado pela madrasta (Foto: Reprodução/Facebook)
Foto: Reprodução/Facebook
 


Educa-se gerações e gerações que a vida não tem preço, que valorizar todo tipo de vida é o mínimo que se espera de uma sociedade que já deu passos significativos no processo civilizatório.
Acredita-se realmente, que a vida de cada um e de todo mundo tem um valor imensurável. O valor de cada instante de vida, é impossível ser dimensionado por nenhum tipo de peso ou de medida. Simplesmente, porque aquilo que não se é capaz de criar ou recriar, não é dado o direito de destruir. A vida é assim... cada ser e cada instante seu, é único, irreptível, inédito... portanto, impossível recriar quiçá um it vivido.

Esse é um conceito. Não há consenso a respeito, também não se tem a pretensão de unanimidade, apenas, observando os últimos fatos sensacionalizados pela mídia, tornamos a perguntar: quanto vale uma vida?

Para uma assistente social do Rio Grande do Sul, por exemplo, a vida de Bernardo, um menino de onze anos, vale vinte mil reais. Este foi o preço acordado com a mentora do crime. Absurdo?

Há como denominar? Não sei... sei que isso nos afeta sobremaneira...  é muito chocante imaginar um ser humano adulto, integrado à sociedade, ter a capacidade de articular-se com outros de semelhante perfil profissional (enfermeira e médico), para realizarem a brutalidade de um crime destes, e depois ouvi-la declarar que aceitou compactuar com a madrasta do menino, porque não haveria sangue. Saímos, literalmente, dos contos de fada para a vida real? Mais uma vez, a criança, a madrasta, a bruxa malvada e um pai, no mínimo, cúmplice. E todos são seres humanos...

O que é 'ser - humano'?
Do que nós, seres humanos, somos capazes?  
Desde que busquei informações a respeito, soube que os animais irracionais, somente matam outro da própria espécie, em caso de sobrevivência, quanto aos animais racionais...

Não sei se o que nos falta é lucidez, racionalidade, moral ou desenvolver o verdadeiro sentido de pertença ao grupo social... Considerando, que no caso, não havia falta de conhecimento técnico-científico, num primeiro momento, o sentimento é de retaliação, depois um misto de sentimentos tomam conta... indignação, esmorecimento, impotência e uma profunda decepção quase nos fazem perder a crença no ser humano...

Afinal, que mundo é esse que a aquisição de um apartamento e uma vida conjugal livre da interferência de um enteado, justificam uma crueldade destas? Infelizmente, os fatos são estes, resta nos recolhermos à reflexão para superar a frustração em ter que assumir nossa mesquinhez e incapacidade de evoluir enquanto espécie...
Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 21/04/2014
Reeditado em 23/04/2014
Código do texto: T4777843
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