A BONECA SEM NOME
O verde e amarelo do vestido novo não representava nenhum sinal de patriotismo para a pequena Vitoria, que aos cinco anos não conhecia ainda as cores da nossa bandeira. Ela apenas ganhara mais "uma roupa de sair". A irmã, costureira de mão cheia, atravessava a noite na sua maquina Olimpya, aprontando o vestido que a irmãzinha usaria no dia seguinte.
O dia seguinte seria um dia especial, pois o natal se aproximava e a madrinha de Vitoria a convidou para ir até sua casa buscar o presente. O pacote, que continha uma caixa, era tão grande que foi preciso a ajuda do irmão para carregar.
A caixa que foi aberta apenas em casa, e na presença de todos, continua uma linda boneca de louça. Cabelos loiros e longas pestanas emolduravam lindos olhos azuis.
A boneca de louça passou a fazer parte das tardes em que Vitoria transportava-se para um mundo de sonho de casinha de boneca.
Em cada brincadeira, era dado um nome diferente à boneca de louça. Muitas vezes era Mirna; Mirian; Deise ou Denise, eram essas as amigas imaginárias de Vitória. Haviam as festas de aniversário, onde a fantasia dava lugar a realidade, pois o pequeno bolo era de verdade e o vestido da boneca aniversariante era feito na velha máquina Olimpya. Quanto amor da irmã mais velha!!!!
Muito tempo passou e a menina Vitória cresceu sem aprender
a costurar nem a fazer bolo...mas mantém ainda a boneca de louça sem nome e o amor pela irmã mais velha. E pra elas aprendeu a fazer poesia.....
Para "Dona Ema"
com todo o meu amor