DE(PRESSÃO)
 
 
Uma coisa é
QUERER; a outra é PODER! Às vezes, queremos tanto algo - uma atitude,  uma conquista - que nos traga satisfação, momentos felizes, contudo, isso nem sempre é possível. Algo simples, como visitar uma amiga, ler um bom texto, escrito pelos nossos colegas poetas, dar uma “espiadinha” em suas Escrivaninhas, sempre tão cheias de talento, competência, alegria e emoção... Mas, ah! Como esse gesto banal, fácil de executar, nos custa. Até mesmo cumprir com nossos compromissos, assumidos por meios virtuais ou pessoais, torna-se um peso de mil toneladas, para nosso corpo cansado, nossa mente embotada, fugindo do óbvio, pelo fardo que carregamos em decorrência da depressão - esse monstro que nos pega de surpresa e se instala em nós, insistentemente, como uma corrente pesada que nos puxa para baixo, para o nada. Os medicamentos ajudam até certo ponto, as orações nos fortalecem mas, ao contrário do que muitos imaginam, ela, a indesejada depressão, nos tolhe, nos tira toda a alegria e possibilidade de buscar, ainda que dentro de nós mesmos, forças para sairmos dessa nuvem negra que paira sobre nossa cabeça, tomando todo a nossa vontade. A fé, a esperança de que dias melhores virão, não podem morrer, senão seria o caos total em nossas vidas. É com esse pequeno facho de luz que se vê no fim do túnel que tocamos nosso barco, navegando em águas turbulentas, esperando passar a tempestade que se abateu sobre nós. Com paciência e serenidade (se é que podemos tê-la), iniciamos um período de longa espera para retornarmos ao que éramos antes desse dano nos atingir.
 
 
(Milla Pereira)