Momento solidão

Um brado de dor no escuro, cortando a noite silenciosa, a lâmina brilha na penumbra, de um lado para o outro e zigue-zagueando com o vento. Gotas de sangue mancham o lavatório branco.

Olhos atônitos refletidos no espelho, uma imagem difusa em busca de compreensão, a dor é momentânea e se esvai com o sangue que respinga da ferida aberta.

Lágrimas misturam-se ao sangue pela face, enquanto a lâmina corta rente á pele os pêlos que falseiam a idade.

Não há riso refletindo, pois a maldosa dor é contínua e pela falta de juízo, completamente pertinente e ambíguo... Dói-me profundamente; mesmo sem motivos.

Sigo conscientemente minha jornada. Curativo feito. Lavatório limpo...

Sacaneio a solidão dando ao espelho um novo sorriso, apesar de tudo, lá fora o sol brilhará; imenso e lindo.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 08/05/2007
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