“Envelhessência”

Em meio a tantas incógnitas humana da atualidade, talvez uma que mais me assole seja a “envelhessência” que as pessoas carregam dentro do peito.

“Envelhessência”... Ou seja, o envelhecimento da essência humana. A falta de adubação quanto ao que faz a alma brotar suas melhores flores. A falta de manutenção quanto ao manejo, o cultivo, o tempo de espera pelas melhores épocas de plantio...

As pessoas se esquecem de que a vida em sua essência é colheita. Deve-se saber semear cultura a cultura, ao seu tempo. Contudo, a aprendizagem também leva tempo. Como tudo o que fora posto em nossa homenagem. Somos partes de um todo e devemos cultivar boissimamente. Mas, como fazê-lo?

Antes de qualquer outro quesito mais ou menos importante, é preciso ser humilde para perceber que a semeadura perfeita não é coisa de imediato; é necessária a troca de experiências benéficas e mal sucedidas para a construção de uma essência que valha a pena ter como exemplo.

Feita a troca de aprendizagens, talvez a construção da essência humana seja mais fácil, não é mesmo?

Pois nem sempre é assim que acontece. Às vezes, a teimosia em ver a própria essência com olhos mais espichados do que verdadeiramente o deveriam, faz com que o processo de construção essencial torne-se mais complexo, um pouco.

Então, tem gente que desiste, vira a casaca, larga de mão. E se empoleira na essência do outro como orquídea no tronco da árvore, sugando boa parte da seiva proteica de quem fica por baixo.

Mas, deveria ser o contrário. Ao invés de sugar, deveria oferecer parte de si, do que lhe sustenta as forças. Deveria compartilhar, ao invés de roubar descaradamente o que de melhor o outro possui.

Contudo, não é assim que é. Não é assim que a banda toca. Infelizmente, as pessoas preferem não se sustentar com as próprias forças; e definham o outro que lhe ampara só pelo prazer de ser parasita.

Eis que surge então o processo de “envelhessência”. De quem suga e de que é sugado. De quem oferta gratuita e solidariamente um pouco de si, e do que se aproveita do que é ofertado.

Há ofertas que são das melhores. Feitas sob os melhores cultivos e culturas. E há pragas também por toda a parte.

Aos poucos, o que se vê são criaturas que definham, se se se apagam e seguem seus caminhos quase que sem aquele colorido do dia a dia. A vida perde a expectativa e o que ocorre é a tocada do barco pelo rumo das ondas. Onde der que dê.

Infelizmente, é isso que se vê, nos dias de hoje. Pessoas que esquecem como buscarem a felicidade própria. E pessoas que não desejam a felicidade alheia. Pessoas que amam seu semelhante gratuita e verdadeiramente. E pessoas que preferem explicitar a falta de amor pelos que lhes cercam.

E isso talvez só piore a carga energética da enorme esfera terrestre onde estamos de passagem. Passeamos por aqui, temporariamente. E deveríamos nos preocupar em melhor habitarmos esse nosso espaço. Deveríamos preparar melhoro solo, buscar as sementes geneticamente modificadas e a água mais límpida, a fim de regar o caminho... esperando bons frutos saídos do nosso próprio esforço. Frutos gerados da nossa própria energia do bem.

Talvez assim a “envelhessência” humana da atualidade transformar-se-ía em florescência a enfeitar os jardins, a rejuvenescer as almas que tanto necessitam de um ponto de energia luminosa a lhes tirarem o breu da cara...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 12/05/2014
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