Palmadas na "lei da palmada"

“Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal por uma lei?” Sal 94; 20

Está em curso para aprovação no Congresso a “lei da palmada” que veta castigos físicos na educação de filhos. Causa polêmica, pois, nem todos concordam com essa ingerência do Estado na formação da família. Afinal, violência, agressão desmedida praticada por algumas alimárias disfarçadas de pais já tem na lei meios de coibir ou punir. O “avanço” da nova proposta tolhe de vez o direito paterno a disciplinar os filhos assim, se, julgar necessário.

Temos um caso clássico de colisão entre leis humanas e a de Deus. “O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga.” Prov 13; 24 Diz o texto Sagrado. Embora, vara possa ser uma metáfora para castigos vários, eu sofri na pele seus “conselhos” e garanto que não fez dano algum à minha psiquê, antes, ajudou a tolher desde cedo inclinações ao vício.

Claro que estou falando para os que acham que Deus conta; os que pensam que é tudo por nossa conta, sequer precisam ler, muito menos, concordar. Ele diz: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso e arrepende-te.” Apoc 3 ; 19 e em Hebreus temos ampliado: “…Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.” Heb 12; 5 a 8

O fato é que o espírito do mundo obra para plasmar a sociedade do direito sem dever algum. Vemos a impunidade como “nunca na história deste país”; uma CPI de faz de contas onde os próprios envolvidos na corrupção “investigam” para que a Dilma se jacte que seu governo nada varre para debaixo do tapete; é, seria preciso que fossem sujeiras pequenas para ser movidas pela vassoura.

Os “dimenor” com quase dezoito anos cometem barbáries e são protegidos pela Lei para não responderem sendo inimputáveis por seus atos, para, enfim ingressarem na maioridade já treinados no mundo do crime.

Assim, se as raposas felpudas não respondem por seus roubos, marmanjos assassinos também se evadem à culpa, nada mais natural que infantes culpados de pequenas transgressões já sejam treinados no caminho largo da impunidade que terão no porvir. Não dá para negar certa coerência nisso.

Eu sei, aqui entraria a lenga-lenga que há diversos modos de educar e blá blá blá. A única linguagem que se entende em determinado época da vida é uma palmada, um sonoro não! Apesar de certas psicologices, isso, no fundo, é um gesto de amor; pois, os que não forem contidos pelos pais serão feridos por estranhos, pela polícia, em dias vindouros.

Jeremias, aliás, associa esse costume à transgressão com a necessidade de seguir agindo assim, tal qual pigmento e pele não se dissociam; “Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13; 23 Mesmo ao temor de eventuais castigos somos dados às transgressões, infelizmente; então, “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe.” Prov 29; 15

Acontece que nos tornamos uma sociedade que aos poucos perdeu a condição de se envergonhar; o que ontem era obsceno, infame, hoje desfila seu “orgulho”. A boa formação moral constrói cercas em nossas almas, o que nos empresta escrúpulos ante certas coisas, mesmo que, tais, sejam acenadas como lícitas no pobre domínio das leis humanas. Essas cercas sempre se fazem de baixo para cima.

Permitir que o Estado, antro de corrupção, discipline a formação de filhos, equivale a dar para raposas a gestão do galinheiro. Que façam lícito o que eles quiserem; os cristãos têm diretrizes claras para se posicionarem nesse conflito. “…Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus;” Atos 4; 19

Infelizmente, ante o “politicamente correto” a maioria de nossos políticos se comporta como a prostituta ante dinheiro. Ademais, forjar filhos com bons valores é predicado de quem os possui, não de corruptos.

Que o “Leviatã” vá cuidar de sua muita roupa suja; deixe aos pais, educarem segundo seus valores, expressando seu amor como convier, mesmo que, eventualmente, seja mediante uma palmada. A esbórnia que alguns incautos julgam ser o preço da democracia é canto da sereia que acaba atraindo a tirania.