Uma dose

Marcelo estava no balcão do bar fazia horas e virava todas as doses que pedia de uma vez. Em pouco tempo já havia feito dos companheiros do balcão amigos de infância e o garçom era já era seu confidente.

Ali ele contou todas suas dores de amor, os chifres, as perdas, as deslealdades até sua língua estar enrolada de tanto beber. Mas ele não parava. Ele ria de sua desgraça, bebia e chorava. Nem sabia mais o que estava sentindo.

O bar já estava começando a girar e ele insistindo em beber. O garçom já com pena do rapaz insistia para ele parar. Mas Marcelo queria afogar as mágoas.

Quase no fim da noite, o garçom já começando a ficar com raiva de Marcelo disse que não iria o servir mais. E naquela hora num lapso de lucidez Marcelo pediu a última dose da noite.

- Garçom mê traz aí uma dose caprichada de amor próprio... É disso que eu preciso!