A máquina erótica ...

Guris sempre contaram vantagens e sempre contarão! Pois eu costumava também me juntar á turma da rua para “gargantear” e inventar aventuras inexistentes, e cada um de nós dizia ser mais “comedor” do que o outro, pelo menos no nosso imaginário fantástico, que tentávamos preencher com mirabolantes fantasias eróticas que as nossas “cucas” produziam em profusão, contrastando com a pobre realidade e com o imenso vazio com que a vida nos apresentava quanto as nossas imensas e nunca satisfeitas necessidades de adolescentes em crise. Sacanagem mesmo, só trancado no banheiro e olhe lá.... O torneio de mentiras e inverdades era renhido e com certeza, ninguém “comia” nada, mas de acordo com as mentiras que o pessoal contava, não escapou nenhuma menina das redondezas, salvando-se obviamente as irmãs daqueles que as tinham e participavam da rodinha dos mentirosos. Ás vezes aparecia por ali um sujeito quieto, alto e magro, um pouco esquisito e que falava pouco e muito escutava, mas que não participava do festival de mentiras. Um dia, indignado com os disparates que ouvia, meteu-se na discussão e acabou chamando a todos nós de “punheteiros”, o que era a mais pura expressão da verdade, embora a negação dos fatos tenha sido veemente e indignada. O sujeito foi corrido pela turma debaixo de vaias e ameaças, mas voltou alguns dias depois dizendo que havia inventado algo que iria revolucionar a nossa “brilhante” vida sexual! E mais: que o tal aparelho estava, desde aquele momento, á disposição de todos nós para demonstração gratuita na sua casa. Não tive coragem para ir até lá e não conheci o objeto, mas quem viu a coisa, conta que era um amontoado de engrenagens, polias e correias, tudo isto movimentado por um motor de uma velha enceradeira "Walita" e acoplado a um tubo de pvc, onde o sujeito deveria introduzir o “pinto” e ligar a engenhoca, a qual faria todo o “serviço” sem nenhum esforço por parte do usuário. Segundo o inventor, era só ligar e aproveitar! Também não sei se alguém teve a coragem de experimentar o negócio e nem onde foi parar a mirabolante invenção, que tornou o sujeito famoso em toda a cidade, pelo menos entre os adolescentes da época. Só sei que o brilhante inventor seguiu profissão diferente, tornando-se programador musical de importantes rádios da região, e não patenteou a erótica geringonça. Dizem as más línguas que a fantástica máquina foi adquirida por um bom dinheiro por um sujeito de Pelotas, mas não se conhece a identidade do comprador até hoje, preservada que foi pelo inventor. Como andam aparecendo por aí novidades de todo o tipo e que prometem métodos e técnicas infalíveis e garantidas para aumentar o pênis, vaginas artificiais informatizadas e climatizadas, bonecas infláveis que topam qualquer parada e até pílulas que garantem noitadas intermináveis de sacanagem, começo á desconfiar que o inventor está de volta, agora com invenções muito mais modernas e até quem sabe, informatizadas! Por precaução acho bom conversarmos bem de perto com os nossos adolescentes para que fiquem longe destas coisas. Sabe-se lá se são seguras... Lembram do guri que enfiou o pinto no buraco da piscina em Porto Alegre e que só saiu de lá com a ajuda dos bombeiros e do Departamento de Águas e Esgotos da cidade? Talvez seja melhor a nossa gurizada ficar com o método mais antigo e tradicional! É só se trancar no banheiro de casa com a “Playboy” e resolver a coisa manualmente, o que não requer muita prática ou habilidades especiais. A satisfação é garantida e não é perigoso como as tais máquinas parecem ser... Ah: também dá pra continuar á contar vantagens, o que já é outra vantagem... -