A fé na vida

A fé necessária para nos manter vivos, não apenas com o coração batendo, pulmões respirando, mas vivos, sentindo-nos capazes e gratos por existir não necessariamente será encontrada nos templos religiosos.

Ela será encontrada na própria vida, nas experiências do dia-a-dia, imprescindíveis ao desenvolvimento do ser transcendental que somos. Mas melhor dizer que ela desabrochará, já que a fé é algo intrínseco a nós.

Sim, pois por mais contraditório que possa parecer, para que a evolução acontecesse até aqui foi necessário fé. Buscar comida e moradia nos seres primitivos e acordar cedo para trabalhar e buscar nossos objetivos são manifestações diferentes desta mesma força.

Para o ser pensante a fé rudimentar dá lugar à fé raciocinada. Buscamos nossos objetivos por acreditar que somos capazes de realiza-los. Ainda que com doses de medo, e o medo é nosso aliado em pequenas doses.

E para fortalecer esta bússola é preciso entender seus mecanismos. E por isto, como já disse um sábio da antiguidade, conhece a ti mesmo e conhecerás Deus e o universo. Conhecer a natureza e o universo é conhecer a nós mesmos. Conhecer a nós mesmos é conhecer a Deus. E conhecer a Deus é conhecer nossa essência.

Conhecer a natureza das coisas fortalece a convicção de poder bem usá-las. Conhecer a nós mesmos nos dá o autodomínio. A possibilidade de irmos para aonde queremos de fato ir. De voltar, ir novamente.

Ter fé nos nossos objetivos, sejam eles quais forem, é tê-los na mente de tal forma que enquanto caminhemos em direção a eles, seja por dias, anos, décadas, esta medida relativa da sucessão das coisas não será nem mesmo notada.

Já a fé na vida é a somatória de tudo que assimilamos ao longo de nossa jornada espiritual nas múltiplas experiências carnais, nossa bagagem, agindo em nosso hoje, quer a percebamos ou não, quer rotulemos esta fé ou não, para que aproveitemos todas as possibilidades nesta nossa busca pela felicidade.