COMO TORNEI - ME UM VAGABUNDO

COMO TORNEI - ME UM VAGABUNDO

Eu comecei a trabalhar ainda jovem. Meu pai havia falecido e eu me tornei arrimo, aos dezenove anos. Apesar disso, consegui, com dedicação vencer os desafios e minha vida profissional foi um sucesso, permitindo-me viver bem. Até que, inesperada e covardemente, fui despedido da empresa onde comecei a trabalhar e lá estava há trinta e quatro anos.

Para manter minha família aceitei ganhar um salário bem inferior, cerca de um quinto do último salário na empresa anterior. Então, fui obrigado a requerer a aposentadoria quando completei os trinta e cinco anos de trabalho, a fim de aumentar um pouco a minha renda para manter os meus filhos, na ocasião tinham quatro e nove anos.

Desafortunadamente, o sujeito que estava presidente à época resolveu reduzir os gastos do governo diminuindo o benefício de quem não tem meios para tentar impedi-lo de cometer a maldade (ridícula a ideia de aposentado fazer greve, de fome seria ideal para o discípulo de Hitler). Assim, meu benefício foi reduzido à metade porque me aposentei aos cinquenta e quatro anos (um vagabundo como disse o elemento que estava presidente referindo-se a quem se aposentava com menos de sessenta e cinco anos).

Hoje, o vagabundo acumula quarenta e dois anos de trabalho e, por causa do ato maldoso de um homem que nunca correu o risco de ficar na mesma situação, vai trabalhar até morrer. Pior que as contas do governo não ganharam benefício com o artifício econômico utilizado pela “competente” equipe econômica do seu governo, lógico, não era bem essa a intenção.