IGNORÂNCIA OU PETULÂNCIA?

IGNORÂNCIA OU PETULÂNCIA?

Nosso sistema de transporte coletivo aboliu a figura do cobrador (coisa de uns quinze anos). O controle de cobrança da viagem é feito através de catracas eletrônicas. Adquire-se, antes do embarque, um bilhete com chip magnético. E para passar pelo sistema de catracas eletrônicas, enfia-se este bilhete num dispositivo específico. O chip, ao ser lido, destrava a roleta e libera a passagem.

Constantemente pessoas que não são usuários rotineiros embarcam nos ônibus sem o referido bilhete. É quando alguém dentro do ônibus, se tem uma passagem sobrando, vende ao passageiro que não tem. Ou então este terá que ir até um terminal de integração para comprar um bilhete ou passagem.

Muito das vezes, os passageiros que não têm o bilhete geram tumulto atrapalhando o acesso á catraca dos usuários que têm o bilhete.

Como sou usuário do sistema de transporte coletivo de Goiânia, rotineiramente todos os dias e por muitos anos, para ser mais exato, trinta e três anos. Sempre estou presenciando estes tumultos e quando não ajudando na solução, isto é, vendendo “SITPASS” (como é chamado o bilhete chipado e magnético) para quem necessita e solicita.

Existem três tipos de cargas nos bilhetes: duas, cinco e dez viagens. Além de um cartão magnético com “n” passagens. Sendo que o preço de cada viagem é R$2,80 (dois reais e oitenta centavos).

Pois bem, eis que numa destas necessidades, de uma usuária, eu que havia passado pela catraca e tinha ainda uma viagem no bilhete; quase sempre estes bilhetes têm duas viagens; ela solicitou aleatoriamente, a quem tivesse uma viagem; e eu me predispus a atendê-la. No que expliquei-lhe que o valor do pagamente tinha que ser exato, por que eu não tinha troco. A dita cuja usuária, numa arrogância impar se dirigiu a mim:

- O senhor está querendo ficar com R$0,20 (vinte centavos) meus, é isto?

Tentei contra argumentar:

- Não quero nenhum centavo seu. Estou dizendo que tenho o SITPASS que a senhora precisa, só que não tenho troco. Só isto!

Não sei se por ignorância nata ou petulância mesmo, ela retrucou:

- Mas se o preço é R$2,80 (dois reais e oitenta centavos) e eu tenho R$3,00 (três reais), então o senhor está querendo me roubar R$0,20 (vinte centavos).

Não vi da hora que respondi ríspido:

- Não tenho SITPASS para vender, estou simplesmente prestando-lhe um favor.

Ela ainda teve o desplante de dizer:

- Favor uma ova! Se estou pagando!

Achei por bem me calar!

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 09/06/2014
Código do texto: T4837930
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