O cigarro que abafa o desespero.
Perdida em tantos pensamentos, fumava um cigarro atrás do outro.
Um cheiro forte invadia o ambiente, as pessoas se esquivavam em decorrência da fumança provocada pela tragadas profundas, firmes, constantes e repetitivas.
Ela estava sofrendo.
Nítido era o seu sofrimento.
Semblante abatido, alma contrita, abatida.
Ela precisa de ajuda.
Que pena: Não era de um cigarro que ela necessitava...
Mas as pessoas estavam com tanta pressa.
Na verdade, as pessoas sempre estão com pressa!
O terminal de passageiros estava lotado e ninguém percebia aquela pobre vida ávida por uma palavra amiga, um consolo, um conforto, uma mão que a abrigasse, um ouvido que a escutasse.
Ela estava tão só...
Restava-lhe apenas a companhia fria de um maço de cigarros e a certeza que mais tarde estaria doente em decorrência do vício, mas naquele momento, aqueles cigarros eram vitais para acudirem aquela criatura desesperada.
E assim, segue-se a rotina num terminal de passageiros...