LEMBRANÇAS BOAS À TOA

“Havia muito que não me permitia ser tão feliz...” me veio à tona esse pensamento, num momento em que eu estava à toa, curtindo a deprê que cabalisticamente e mensalmente os hormônios me fazem viver.

Veio-me lembranças de alguns encontros casuais que ocorreram numa mesma noite, numa noite que saí tão despretensiosamente de cara lavada em todos os sentidos, sem nem uma corzinha na face, para tentar alguma beleza, ainda que sutil.

Deixei que o conforto do all star me fizesse sentir, largadamente, bela... Enlameei os pés, lavei a alma.

Dancei, dancei madrugada a dentro! Tão ridiculamente quanto o meu artista favorito. Àquela altura não sei quem era mais excêntrico na arte da dança: eu ou Renato Russo.

Joguei-me na massa! Improvisei um trenzinho da alegria, uma quadrilha junina, com pessoas que nunca havia visto na vida! Meu preparo físico me permitia enfartar a cada vez que pulava e cantava altíssimo embalada ao som de Monobloco.

Havia tanta gente e eu me senti sozinha, no sentido mais doce e bacana que podia me sentir. Dancei loucamente, espontaneamente, enfim... felizmente!

Encontrei muitos olhares novos e antigos também. Alguns encontraram meus olhos e findou-se a história ali mesmo. Outros dançaram comigo a noite inteira, outros beijaram minha mão, foram embora, mas ficaram em mim até hoje...