CAMILLE e RODIN

Os atores Melissa Vettore (Camille) e Leopoldo Pacheco (Rodin) em cena.

     No “pulinho” que foi minha visita ao Rio, em abril, para participar da solenidade de posse do escritor amigo e cunhado Antônio Torres, na Academia Brasileira de Letras, além de rever e encontrar pessoas muito queridas, curtir um pouquinho da boemia da cidade, conhecer o MAR (Museu de Arte do Rio), fui ao teatro ver a peça teatral CAMILLE e RODIN.
     Todos irão concordar que há jeitos e jeitos de se contar uma história, seja ela de amor, de humor, suspense ou qualquer gênero, mas, a meu ver, há uma atração universal por histórias de amor. Ulisses e Penélope, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, Píramo e Tisbe são alguns casais célebres da literatura universal e a esses se podem somar Camille e Rodin, ele, mestre da escultura e Camille, sua discípula aprendiz, tão talentosa quanto seu mestre, e depois sua amante.
     Como é um enredo conhecido, pois é baseado em personagens reais, fui mais pelo fascínio que o teatro exerce, pela linguagem escolhida para contar uma história que, em si, fascina porque ao longo do romance tumultuado dos dois, produziram obras de arte de beleza e valor inestimável.
     A peça recria a história de amor e dor desses artistas tão passionais, desde o princípio, quando Camille procura Rodin, o melhor escultor de seu tempo, para aprimorar seus conhecimentos e, pelo talento, acaba colaborando com suas obras além de se tornar sua amante. Era o início do século 20 e Camille Claudel não suportou o peso do preconceito, da não valorização do seu trabalho e morreu sem ter o talento reconhecido, isolada em um sanatório, enquanto o nome de Auguste Rodin já estava definitivamente firmado na história da arte.
     E assim eles viveram 15 anos de romance.Os personagens Camille e Rodin exercem um fascínio incrível, pela paixão que colocaram em sua arte, mas também pelo amor desvairado que devotaram um ao outro, inspirando outros autores. Aqui mesmo no Recanto o amigo cronista e poeta Raimundo Antonio de Souza Lopes publica uma série intitulada Camille e Rodin. Nela os personagens da ficção trocam cartas e poemas apaixonados e encantadores, que não lembram em nada o amor possessivo e doentio dos personagens reais. Nós, os leitores e leitoras da série,  torcemos por eles como se fossem nossos velhos amigos.
     Aos que se interessarem mais pelos personagens há o filme Camille Claudel, de Bruno Nuytten, produção que ganhou vários prêmios, produção de 1998 e o recente Camille Claudel, 1915, de Bruno Dumont, além de várias biografias publicadas.
     Da série do cronista e poeta Raimundo Antonio destaco apenas dois textos, mas asseguro que vale a pena conhecer todos os demais. (links abaixo)
     Quanto a Camille Claudel, o tempo lhe fez justiça e suas obras hoje estão cada vez mais valorizadas. Ainda bem! Antes tarde do que mais tarde.
 

Duradouras Lembranças
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/4586058
A Tua Voz:
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