Redes sociais

É provável que a criação desta expressão, rede social, tenha se dado em decorrência de um dos significados trazidos pelos dicionários, para o termo social: “sociável, que gosta de estar com outros, de viver socialmente”. O fato é que descambou geral e, o que menos se vê, é esse tipo de comportamento entre as milhares de interações que ocorrem no dia a dia pelas tais redes. Em tempos de copa do mundo até parece, como disse uma amiga, que as pessoas em vez de se concentrarem no jogo, ficam mais é imaginado postagens de situações vexatórias, que mais reforçam o lado antissocial da rede. E só Deus sabe o que nos espera a política nesse ano eleitoral, que já começa a sinalizar o que vem por aí. Com esse lado negativo trazido à cena, até parece que só o antissocial predomina na rede. Felizmente que não é...

Na sexta feira passada, por volta do meio dia, tive um ótimo exemplo de como o verdadeiro sentido sugerido para o termo, rede social, pode ser exercido. Foi numa postagem da editora executiva do Jornal da Paraíba, Angélica Lúcio, no Facebook. Nasceu no quintal da sua casa uma fruta vermelha, com aspecto de pitanga (que ela bem sabia que não era). Na dúvida entre como ou não como, resolveu jogar a indagação na rede, com foto e tudo. E caiu na rede é... fruta! E tome palpites. No dia seguinte já havia contabilizado cerca de trinta comentários, que giravam em torno de opiniões não muito certeiros, ou, como se dizia na Bahia, de “oitiva”, a sugestões de envio da dúvida para o Globo Rural, até as respostas mais técnicas, com certo caráter científico, que alguns conhecedores dividiram com os amigos do face.

Uma dessas dicas, dada por uma jovem de origem indígena, Guarani-Kaiowá, veio até com a recomendação de repassar aos filhos, que eu, obedientemente, já levei para os meus netos. Na informação ela não associa esse conhecimento à sua etnia, e sim ao aprendizado que teve com o Corpo de Bombeiros da Paraíba (não se faz mais índio como antigamente). Simples: basta memorizar a sigla CAL, iniciais de Cabeludo, Amargo e Leitoso. Caso o fruto, ou a planta, tenham ao menos duas dessas características, não coma! E até exemplifica: Kiwi é cabeludo, mas não é amargo nem leitoso; Jaca é leitosa, mas não é cabeluda nem amarga; já o Jiló, que foi complementado por outro leitor, este vindo da área de comunicação, ligado, portanto, a outra tribo, apesar de ser amargo não é cabeludo nem leitoso. Meu neto, questionador por natureza, após a minha explicação já veio com a contestação de que a história do amargo é meio furada. “- Vô, como é que eu vou saber se é amargo, se eu não provar? E se for venenoso? Aí eu já morri, não é”? Tive que me desdobrar um pouco para explicá-lo sobre as combinações. Espero tê-lo convencido.

Disso tudo, além do aprendizado da CAL, ficou pra mim a lição do uso adequado que esse canal chamado redes sociais pode nos proporcionar. É só deixar os xingamentos de lado que a gente pode aprender muito com ela. E viva a rede!

Fleal
Enviado por Fleal em 21/06/2014
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