Olhar de Medusa
Não quero o olhar de medusa, antes prefiro o olhar de amor. Fui indagado pela autoria dessa frase. Pensamento mais melancólico. Entretanto, fui eu mesmo quem pensou.
Acabei remexendo meus neurônios sobre a natureza de nossas criações. Todos dizem que textos são filhos. Aquela coisa: são gerados. Idem músicas, filmes e outras obras de arte. O tempo de gestação varia:de um minuto a dez anos, de uma estrela a dois universos.
Algumas criaturas vão além de seus criadores, ou pais. Influenciam tanto que perdem os traços familiares. Tornam-se autônomas. Até parecem ilegítimas. Devo visitar meus orfanatos e comprovar tais traços genéticos.
Concluo essa pequena crônica falando sobre esse ato feliz de começar algo, de dar vida, criar e recriar e até replagiar, pois nada , talvez nada, seja tão original, porém, a vida é duas: uma no livro e outra na capa. Está o desafio lançado com um esforço de Hércules capenga. Deixe os olhares de Medusa e corte as cabeças da Hidra criativa.Criar é apenas para quem foi criado para criar.