Cotidiano

Tudo está no mesmo lugar.

Os mesmos rostos se encaminhando para o trabalho, as mesmas crianças para a mesma escola, o mesmo horário para cada ação.

O sinal se fecha no mesmo momento de cada manhã, é o momento propício para seguir rumo a mais um dia. Temos na altura do andar alheio o horário contido no ponto a ser batido; uma espécie de cronômetro natural, podendo apelidá-lo de quotidiano.

Ônibus param, motos seguem, homens atravessam, senhoras sorriem, telefones tocam, diálogos se expandem, o sol se esconde.

Na altura do andar alheio a ansiedade e o cansaço do horário e do próximo ponto a ser batido. Cotidiano, cotidiano... o cronômetro inventado do qual as voltas não param de girar.

Li Porfirio
Enviado por Li Porfirio em 13/05/2007
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