Cotidiano
Tudo está no mesmo lugar.
Os mesmos rostos se encaminhando para o trabalho, as mesmas crianças para a mesma escola, o mesmo horário para cada ação.
O sinal se fecha no mesmo momento de cada manhã, é o momento propício para seguir rumo a mais um dia. Temos na altura do andar alheio o horário contido no ponto a ser batido; uma espécie de cronômetro natural, podendo apelidá-lo de quotidiano.
Ônibus param, motos seguem, homens atravessam, senhoras sorriem, telefones tocam, diálogos se expandem, o sol se esconde.
Na altura do andar alheio a ansiedade e o cansaço do horário e do próximo ponto a ser batido. Cotidiano, cotidiano... o cronômetro inventado do qual as voltas não param de girar.