TEXTO SEM EDIÇÃO

É lógico que toda vez que me der vontade de tacar um batom vermelho na boca,um tênis velho no pé,largar os cabelos soltos reluzindo a lua e as estrelas,e encontrar gente desconhecida (assim é menos entediante) e tomar um porre de longos papos,isso não será mais possível...pq a possibilidade de me largar por ai é pequena quando não se tem MAIS o aval bizarro da sociedade adulta; que não considera isso BOM TOM.Gosto do improvável,mas a praticidade dos meus atos,para mim inócuos,não tem se demonstrado mais tão inocente assim.Pois estou envelhecendo.A alma pede,mas o corpo não aguenta mais.

Quando somos jovens,adolescentes,a vida reluz feito ouro na frente de olhos sedentos e ambiciosos de tesão pelo impulso;Nos jogamos veementemente pela noite,pelos sabores.Olhamos as estrelas com um gosto de lágrima de Rèveillon e simplesmente sorrimos,bêbados para o céu. Qualquer sensação de entorpecimento nos derruba num mar incrível e novo de descobertas mil nunca dantes navegados.Quando somos jovens,nos deixamos cair em tentação sem nem pestanejar,pois esse trecho da oração,por ser o último,ainda não foi rezado nessa fase da vida.Quando somos jovens,a raridade de sensações ainda habita sofregamente em todos os espaços carnais de nosso corpo e não temos noção que nossa alma se embriaga disso de tal forma,que ela canta!!!

Meu Deus! Quantas noites tropeçamos juntos e de mãos dadas,pelas ruas estreitas de pedras,sorrindo sem razão! Quantos dias sonhamos naquela esperança suntuosa que só o jovem tem!!

Hoje,em mais uma noite de estrelas,de luas e viagens particulares,concluo que minha alma cantou tanto com esses prazeres,deleitou-se tanto das delícias solitárias ou não,que hoje ela ficou rouca. Resta a ela assoviar uma canção triste no silencio solitário dos anos que passam cruelmente.

Bú,28/06/014

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"Nas canções parti solto em aventuras"