Eu mulher, e o amor perdido...

Maria Antônia Canavezi Scarpa

O que uma mulher almeja, quando se firma na maturidade da sua vida, por que esse selvagem desejo de amar e ser amada?

Como se fosse para sua sobrevivência o essencial, dividido em sentimentos mesmo que doloridos e complexos.

Sou das que acham que o amor não é eterno, devo admitir que Vinícius tinha razão, ele é eterno enquanto dure, sabe essas coisas de discernir entre paixão e amor.

Amamos mais de uma vez pela necessidade de impor nossas convenções, quando nos julgamos intelectuais, fazendo exigências para mantermos um relacionamento. Às vezes as custas de pequenos traumas, esses que atemorizam nossos dias. Saber perder não é meu forte, esmoreço e por obrigatoriedade recomeço, mas sempre os rastros deixam mágoas de ambos os lados.Costumo amar muito em meus sonhos.

Ninguém em sã consciência admite perder, daí entrar em cena aquele velho ditado mentiroso, que usamos : - Não estou nem aí!.

Mentiras, mentiras para poder organizar o território minado, que pode ser bombardeado com as derrotas, daí querer florear as vãs façanhas.

A verdade única talvez é que muitas vezes somos excelentes atrizes, na praticidade nos auto flagelamos, sorrindo como se nada tivesse acontecido.

Nos aborrecemos ainda mais se perdermos o nosso amor para outra mulher, daí o barco fica á deriva, nos alvoroçamos tanto que se não tomarmos cuidado nos afogamos nas próprias lágrimas. Ao querer secá-las rapidamente.

O grande medo que temos de perder, sermos rejeitadas é uma humilhação atroz, ímpar em qualquer sentido, ainda mais se nos julgarmos imperiosas na sedução. Nada é 100% perfeito, o resultado final sempre será uma incógnita. O amor violenta a mulher, deixa-a doente, delirante e desavergonhada. Amando se expõe, transparente, colocando-se desprotegida, vulnerável ao seu homem, é sempre um praxe.

Quem me dera descordar de tudo que aqui relato, mas não posso, o sintoma é idêntico na maioria das vezes e o remédio na lógica para uma desilusão, ainda não foi inventado.

(jan/2007)

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 14/05/2007
Código do texto: T486426
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